Henry Martin Burnett Junior
Escola de Filosofia
Programa de Pós-Graduação: Filosofia
E-Mail: henry.burnett@unifesp.br
Resumo
Professor livre-docente do Departamento de Filosofia da UNIFESP. Graduação em Filosofia pela UFPA (1997). Mestrado e Doutorado em Filosofia pela UNICAMP (2000 e 2004) - com estágio de pesquisa na Universidade de Leipzig/Alemanha (2003-4). Pós-Doutorado pela USP (2006). Pós-doutorado no CESEM (Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical) (Portugal, 2013-2014), Pós-doutorado pela Universität Leipzig (2015-2016). Pós-doutorado na Universidade Nova de Lisboa (2024). Atua nas áreas de Estética, História Cultural e Fundamentos e Crítica das Artes. Publicou Cinco prefácios para cinco livros escritos: uma autobiografia filosófica de Nietzsche (Belo Horizonte: Tessitura Editora, 2008); Nietzsche, Adorno e um pouquinho de Brasil (São Paulo: Unifesp, 2011); Para ler O nascimento da tragédia de Nietzsche (São Paulo: Loyola, 2012), Para ler O caso Wagner de Nietzsche (São Paulo: Loyola, 2018); Espelho musical do mundo (Campinas: PHI, 2021); Meio-dia (7letras, 2021) e Música só: uma travessia filosófica entre a Europa e o Brasil (Edusp, 2024, no prelo). É membro do Conselho Editorial da Editora PHI e das revistas Limiar, Anãnsi e Apoena. Integra o grupo de pesquisa Crítica e Modernidade (CRIM) da UNICAMP, é membro da Red Iberoamericana de Estudios Nietzscheanos (RIEN). Integra o corpo permanente de docentes dos PPG em Filosofia da Unifesp e da UFPa. Atualmente é pesquisador 1D do CNPq.
Fonte: Lattes CNPq
Nomes em citações bibliográficas
BURNETT, HENRY
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Livre Docência
Espelho musical do mundo: considerações sobre a canção popular do Brasil
Estética e Filosofia da Arte
Universidade Federal de São Paulo
Concluído em 2018
Doutorado em Filosofia
A recriação do mundo: a dimensão redentora da música na filosofia de Nietzsche
Filosofia contemporânea
Orientação: Oswaldo Giacoia Junior
Universidade Estadual de Campinas
Mestrado em Filosofia
Cinco Prefácio Para Cinco Livros Escritos. Nietzsche: uma autobiografia filosófica
História da Filosofia Contemporânea
História da Filosofia
Orientação: Oswaldo Giacoia Junior
Universidade Estadual de Campinas
1998 a 2000
Graduação em Filosofia
Nietzsche e o olhar sobre si mesmo: o Prefácio de 1886 ao Nascimento da Tragédia
Orientação: Ernani Pinheiro Chaves
Universidade Federal do Pará
1991 a 1997
Produção
2024
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Os sertões: incipt tragoedia (2024)
Artigo publicado
Autores: Henry Martin Burnett Junior
Fonte: ARTCULTURA (UFU) , v. 25 , p. 26 - Extrato QUALIS: B1
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2023
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Ensaio de autocrítica, -ante um olhar mais velho, cem vezes mais exigente, mas não mais frio- (2023)
Artigo publicado
Autores: Henry Martin Burnett Junior
Fonte: Cadernos Nietzsche , v. 44 , p. 77 - Extrato QUALIS: A1
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2022
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Filosofia como paixão e tarefa (2022)
Artigo publicado
Autores: Henry Martin Burnett Junior
Fonte: ARGUMENTOS: REVISTA DE FILOSOFIA (ONLINE) , v. 1 , p. 45 - Extrato QUALIS: A2
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Metaphysics, Language, Art and Science: Nietzschean Echoes, National Thoughts (2022)
Artigo publicado
Autores: Henry Martin Burnett Junior
Fonte: NOVOS ESTUDOS CEBRAP (ONLINE) , v. 1 , p. 83 - Extrato QUALIS: A1
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2021
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O que resta de Nietzsche ou Narizinho no espelho / Whats Left of Nietzsche or Little Nose in the Mirror (2021)
Artigo publicado
Autores: Henry Martin Burnett Junior
Fonte: O EIXO E A RODA (UFMG) , v. 30 , p. 6 - Extrato QUALIS: A2
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Ten (Anti-) Theses for a Brazilian Popular Musical Aesthetic (2021)
Artigo publicado
Autores: Henry Martin Burnett Junior
Fonte: Am Journal Of Art And Media Studies , v. 1 , p. 53
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2020
2019
2018
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NIETZSCHE, ADORNO E O WAGNERISMO (2018)
Artigo publicado
Autores: Henry Martin Burnett Junior
Fonte: KRITERION , v. 59 , p. 157 - Extrato QUALIS: A1
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2017
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KAFKA, NIETZSCHE E DUAS PARÁBOLAS (2017)
Artigo publicado
Autores: Henry Martin Burnett Junior
Fonte: Philosóphos , v. 21 , p. 69 - Extrato QUALIS: A2
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O protofacismo dos Wagner, por Theodor Adorno (2017)
Artigo publicado
Autores: Henry Martin Burnett Junior
Fonte: REVISTA IDEIAS , v. 8 , p. 65 - Extrato QUALIS: B3
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2016
2015
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PALAVRA E MÚSICA NA ESTÉTICA FINAL DE NIETZSCHE (2015)
Artigo publicado
Autores: Henry Martin Burnett Junior
Fonte: Philosóphos , v. 20 , p. 145 - Extrato QUALIS: A2
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2014
2013
2012
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A metafísica da música de Arthur Schopenhauer (2012)
Artigo publicado
Autores: Henry Martin Burnett Junior
Fonte: Veritas (Porto Alegre) , v. 57 , p. 143 - Extrato QUALIS: A1
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2011
2010
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10 (anti-) teses sobre cultura popular (2010)
Artigo publicado
Autores: Henry Martin Burnett Junior
Fonte: ETD: EDUCAÇÃO TEMÁTICA DIGITAL , v. 12 , p. 303 - Extrato QUALIS: A1
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2009
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O Beethoven-Schrift: Richard Wagner teórico (2009)
Artigo publicado
Autores: Henry Martin Burnett Junior
Fonte: Trans/Form/Ação (UNESP. Marília. Impresso) , v. 32 , p. 159 - Extrato QUALIS: A1
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2008
2007
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Nietzsche em Bayreuth (2007)
Artigo publicado
Autores: Henry Martin Burnett Junior
Fonte: DISCURSO , p. 217 - Extrato QUALIS: A1
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2006
2005
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Povos e Pátrias: Wagner e a política (2005)
Artigo publicado
Autores: Henry Martin Burnett Junior
Fonte: Cadernos Nietzsche , v. 18 , p. 69 - Extrato QUALIS: A1
2003
2002
2001
2000
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Humano Demasiado Humano, livro 1. Nice, primavera de 1886 (2000)
Artigo publicado
Autores: Henry Martin Burnett Junior
Fonte: Cadernos Nietzsche , v. 8 , p. 55 - Extrato QUALIS: A1
Atuações
Instituto de Pastoral Regional
-
Professor
Professor
1996 a 1996
Universidade Federal de São Paulo
-
Professor Associado
Desde 2006
Philósophos (UFG)
-
Revisor de periódico
Desde 2009
Revista Limiar
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Membro de corpo editorial
Desde 2013
Universität Leipzig
-
Professor Visitante
2015 a 2016
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
-
Revisor de projeto de fomento
Desde 2006
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
-
Revisor de projeto de fomento
Desde 2014
Universidade Federal do Pará
-
Professor permanente da pós-graduação
Desde 2014
Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do RJ
-
Revisor de projeto de fomento
Desde 2021
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
-
Revisor de projeto de fomento
Desde 2023
Ensino
Orientações e supervisões
Supervisão de pós-doutorado em andamento
-
Newton Pereira Amusquivar Júnior
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
Universidade Federal de São Paulo
Desde 2022
-
-
Tese de doutorado em andamento
-
Máquina de ritmo: subjetivações tecnológicas na música popular brasileira
Doutorado em filosofia
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
Universidade Federal de São Paulo
Desde 2023
-
Ordenamento de registros no eterno retorno Nietzsche
Doutorado em filosofia
Universidade Federal de São Paulo
Desde 2021
-
Marcia Regina Carvalho da Silva
A canção na história da filosofia
Doutorado em filosofia
Universidade Federal de São Paulo
Desde 2020
-
Subjetividades ilusórias: gênero, linguagem e poesia na crítica nietzschiana do
Doutorado em filosofia
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
Universidade Federal de São Paulo
Desde 2020
-
A concepção de arte na segunda fase de Nietzsche
Doutorado em filosofia
Universidade Federal de São Paulo
Desde 2019
Dissertação de mestrado em andamento
-
France D'Arc Cícera Costa de França
O conceito de arte e desartificação da arte em Adorno
Mestrado em filosofia
Universidade Federal do Pará
Desde 2024
-
Xamanismo e literatura brasileira: perspectivismo ameríndio e incorporação do outro na ficção literária
Mestrado em filosofia
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
Universidade Federal de São Paulo
Desde 2023
Tese de doutorado concluídas
-
A visão da tragédia e do trágico em Schopenhauer como chave para a interpretação do significado da história, da vida e do mundo
Doutorado em filosofia
Universidade Federal de São Paulo
Concluído em 2022
-
A estética do vil: pensando a canção, do Brasil. Tatit, Wisnik e O fim da canção
Doutorado em filosofia
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
Universidade Federal de São Paulo
Concluído em 2019
-
Marco Antonio Sabatini Ribeiro
A pequena política em Nietzsche
Doutorado em filosofia
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
Universidade Federal de São Paulo
Concluído em 2019
-
Autonomia e engajamento no pensamento musical de Mário de Andrade
Doutorado em filosofia
Universidade Federal de São Paulo
Concluído em 2015
Dissertação de mestrado concluídas
-
Da interpretação do eterno retorno do mesmo de nietzsche como antidoutrina
Mestrado em filosofia
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
Universidade Federal de São Paulo
Concluído em 2021
-
A ilustração do genial: uma leitura do conto 'O perseguidor', de Júlio Cortázar a partir da filosofia de Arthur Schopenhauer.
Mestrado em filosofia
Universidade Federal de São Paulo
Concluído em 2020
-
Entre o Tejo e o Reno ? linguagem, poesia e pensamento em Martin heidegger e Alberto Caeiro
Mestrado em filosofia
Universidade Federal de São Paulo
Concluído em 2020
-
Redução da moral à estética: arte e gaia ciência na filosofia do espírito livre, de Friedrich Nietzsche
Mestrado em filosofia
Universidade Federal de São Paulo
Concluído em 2020
-
Carlos Henrique Hildebrando dos Santos
Arte e natureza na Teoria Estética de Theodor W. Adorno
Mestrado em filosofia
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
Universidade Federal do Pará
Concluído em 2019
-
Nietzsche e o teatro: os apontamentos, peças e a atualidade teatral presentes em "O nascimento da tragédia"
Mestrado em filosofia
Universidade Federal de São Paulo
Concluído em 2018
-
NIETZSCHE E O "ETERNO-FEMININO": A POSIÇÃO DA MULHER E O DIAGNÓSTICO NIETZSCHIANO DA CULTURA
Mestrado em filosofia
Universidade Federal de São Paulo
Concluído em 2017
-
Nietzsche e o 'Grande Estilo' em Crepúsculo dos Ídolos
Mestrado em filosofia
Fundação Amazônia Paraense de Amparo à Pesquisa
Universidade Federal do Pará
Concluído em 2015
-
O soterramento da autonomia: suas implicações na música e as possibilidades de resistência, segundo Theodor Adorno
Mestrado em filosofia
Universidade Federal de São Paulo
Concluído em 2015
-
Mayra Rafaela C. B. Barros Peterlevitz
Wagner e Nietzsche: estações de um encontro
Mestrado em filosofia
Universidade Federal de São Paulo
Concluído em 2015
-
Marco Antonio Sabatini Ribeiro
A Medida do Êxtase: Entre a Aniquilação e a Patologia Onírica da Vida em O Nascimento da Tragédia
Filosofia
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
Universidade Federal de São Paulo
Concluído em 2013
-
Música como missão: experiência e expressão em Itamar Assumpção
Filosofia
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
Universidade Federal de São Paulo
Concluído em 2013
-
O Beethoven de Wagner em O Nascimento da Tragédia de Nietzsche
Filosofia
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
Universidade Federal de São Paulo
Concluído em 2013
-
A construção do conceito de popular em Theodor Adorno
Mestrado em filosofia
Universidade Federal de São Paulo
Concluído em 2012
-
Nietzsche e a grande política: dos objetivos ecumênicos à formação do vocabulário bélico
Filosofia
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
Universidade Federal de São Paulo
Concluído em 2011
Gestão
Pesquisa
Universidade Federal de São Paulo
-
Nietzsche, Wagner, Primo Levi e o legado de Bayreuth
Este projeto de pesquisa pretende discutir o significado mais amplo do primeiro Festival de Bayreuth, organizado pelos Wagner em 1876, tanto do ponto de vista este#769;tico quando da perspectiva e#769;tica. Ao propor uma vinculac#807;a#771;o estreita entre mu#769;sica, cultura, poli#769;tica e sociedade, o wagnerismo propo#771;e um revigoramento nacionalista da Alemanha a partir de um programa redentor que buscava nas fontes das narrativas mi#769;ticas, e em um vigoroso avanc#807;o da linguagem musical, uma justificativa para transformar o Festival em um nu#769;cleo concentrado de poder. Nietzsche, que num primeiro momento aderiu de maneira irrestrita ao programa, percebeu uma profunda contradic#807;a#771;o ao notar que Wagner se aproximava do cristianismo histo#769;rico e do antissemitismo de maneira integrada. Algumas de#769;cadas depois, Leni-Riefensthal incorpora e#769;tica e esteticamente dispositivos nascidos do projeto de Bayreuth: concentrac#807;a#771;o de poder, isolamento, nacionalismo, monumentalidade e redenc#807;a#771;o. Na obra de Primo Levi, todos esses elementos va#771;o ser repassados a#768; luz de uma e#769;tica singular, no interior da qual o conceito de eterno retorno implode pela primeira vez, ja#769; que tudo era possi#769;vel, menos que Auschwitz se repetisse. Como pensar o wagnerismo hoje descolado de sua assimilac#807;a#771;o ao nacional-socialismo e aos ideais do nazismo? A cri#769;tica de Nietzsche na IV Considerac#807;a#771;o Extempora#770;nea e#769; ainda capaz de nos auxiliar a pensar no wagnerismo como um dos grandes feitos da cultura alema#771;? Como a obra de Primo Levi cria um no#769; go#769;rdio na discussa#771;o sobre as conexo#771;es entre e#769;tica e este#769;tica no se#769;culo XX?
Desde 2023
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Filosofia e Literatura. Ecos nietzscheanos, pensamentos nacionais
A pesquisa constitui a segunda e última parte do projeto Metafísica, Linguagem, Arte e Ciência: Ecos Nietzscheanos, Pensamentos Nacionais. Neste segundo momento, apõe aos nomes de Monteiro Lobato, Euclides da Cunha e Oswald de Andrade, os de Guimara#771;es Rosa, Clarice Lispector, Eduardo Viveiros de Castro e Davi Kopenawa. O projeto tenta estabelecer uma proposta de leitura de obras nacionais que, direta ou indiretamente, se inserem no programa e#769;tico de Nietzsche e sua cri#769;tica da modernidade. Como esse conjunto de autores cobre mais de um se#769;culo, considera-se que uma teia cri#769;tica vem se desenvolvendo na mesma linha aberta por Nietzsche. Um programa e#769;tico e este#769;tico tendo em comum uma suspeita basilar contra a modernidade po#769;s Revoluc#807;a#771;o Industrial e que se desenvolve tanto no a#770;mbito da literatura e da linguagem, quanto no de uma epistemologia dos saberes acade#770;micos, sem falar na pro#769;pria e#769;tica como pressuposto de ac#807;a#771;o poli#769;tica dilui#769;da nessas obras. Seguindo a mesma metodologia ate#769; aqui empregada, o projeto avanc#807;a sobre as obras de Guimara#771;es Rosa, Clarice Lispector e Davi Kopenawa, considerando em primeiro plano suas abrange#770;ncias e multi-perspectivas, ampliando os estudos sobre o Brasil tomando na#771;o apenas o ca#770;none filoso#769;fico como refere#770;ncia, mas tambe#769;m a literatura e seus movimentos autocri#769;ticos.
Desde 2023
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Modernidade e História Cultural
O projeto discute questões de ordem estética, política e cultural no âmbito da modernidade. Envolve temas múltiplos a partir do horizonte filosófico, musical e literário, sobretudo a partir da experiência ibérica e latino-americana, num exercício de filosofia comparada multidisciplinar que agrega áreas afins como a crítica literária, a antropologia, a história e a sociologia.
2018 a 2022
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Metafísica, linguagem, arte e ciência: ecos nietzscheanos, pensamentos nacionais
A pesquisa se desenvolve em frentes distintas, interconectadas a partir da obra crítica de Nietzsche e seus reflexos sobre alguns escritores e obras, sobretudo no campo literário, mas também nos chamados estudos brasileiros, e também, por outro lado e não menos importante, sobre sua herança no interior de perspectivas científicas recentemente propostas a partir do que podemos chamar de uma epistemologia dos saberes etnocêntricos. Trata-se de investigar autores aparentemente desconectados, ou aproximados de modo tangencial, que guardam laços de afinidade que precisam ser compreendidos não apenas a partir do que comumente chamamos de recepção de Nietzsche no Brasil, mas ligados a um movimento de revisão e formação crítica que vem se construindo ao longo do século XX, mormente depois do modernismo, e que alcança o século XXI com um vigor que não pode ser ignorado pela filosofia, pois lhe é em grande medida devedor, como pretendo demonstrar. Partindo do início do século XX, quando as obras de Nietzsche começam a ser lidas no Brasil, a pesquisa distingue quatro pares de autores: Monteiro Lobato e Oswald de Andrade, Sérgio Buarque de Holanda e Euclides da Cunha, Guimarães Rosa e Clarice Lispector e alcança tanto a antropologia filosófica de Eduardo Viveiros de Castro quanto a cosmogonia de Davi Kopenawa. Como seria possível defender alguma forma influência de Nietzsche sobre esses nomes diversos? Ou, dito de outro modo, como a filosofia, a literatura, a sociologia, a ciências e as artes do Brasil fazem ressoar direta ou indiretamente a ética, a estética e a gaia ciência nietzscheana no interior de seus deslocamentos ibéricos? O trabalho pretende mostrar que influência não é apenas a leitura e a citação direta de uma obra por determinados autores, mas sobretudo sua assimilação ética e programática sobre uma época. O projeto parte de uma premissa e de uma questão inquietante: 1. [a premissa] no final do século XIX Nietzsche forjou a primeira grande suspeita sobre a modernidade, prognósticos que vieram a se realizar de modo peremptório com o advento do Terceiro Reich, realização total do niilismo por ele mesmo diagnosticado, com desdobramentos sobre a cena política internacional ainda hoje sentidos de modo efetivo; e 2. [a questão] não estaríamos às margens de uma segunda catástrofe internacional, gestando o ambiente ideal para a reedição de uma desagregação de alcance mundial e cujas consequências são imprevisíveis ou, o que parece mais grave, insondáveis? Este projeto de pesquisa visa incorporar a uma discussão mais ampla sobre o legado de Nietzsche algumas questões internas sobre sua particular recepção brasileira, não para destacar essa leitura periférica como algo fora da Pesquisa-Nietzsche, mas dentro e eventualmente para além dela. A finalidade é tentar contribuir para um debate atual necessário e urgente, sem descuidar das implicações histórico-filosóficas de algumas obras brasileiras, que podem ser relidas nesse quadro onde o niilismo se reinscreve como uma contribuição rediviva de um programa filosófico multiculturalista.
Autores: Henry Martin Burnett Junior, Luan José da Silva Remígio, Hugo José de Carvalho Vedovato, Marcelo Ribeiro Rosa, Ademar Soares de Albuquerque Junior, Lucas Carvalho Lima Teixeira, Leonardo Camargo da Silva
2019 a 2022
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Crítica cultural e crítica estética em F. Nietzsche e T. Adorno
A pesquisa investiga algumas questões estéticas exploradas na obra de Theodor Adorno a partir da recepção de obras como O caso Wagner e similares, de Nietzsche, principalmente aquelas dedicadas aos temas culturais na passagem do século XIX para o século XX, entre eles o wagnerismo, a indústria cultural nascente e a cultura de massas. Deste modo, este estudo não pretende apenas pôr em relevo os eventuais limites da crítica nietzscheana, mas, sobretudo, apontar para a dimensão ?inatual? e ?extemporânea? de sua obra. Assim, pretende-se apresentar as linhas gerais de uma análise de O caso Wagner indicando sua herança e sua influência sobre as reflexões estéticas, filosóficas e sociológicas da arte no século XX. Pretende-se, por fim, de modo secundário, explorar alguns aspectos da crítica de arte nos séculos 20 e 21, privilegiando autores como Clement Greenberg, Arthur Danto, Alex Ross e Lorenzo Mammì, cujas reflexões dialogam direta ou indiretamente com Nietzsche e Adorno.
Autores: Henry Martin Burnett Junior
2017 a 2019
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Palavra e música na estética final de Nietzsche
Tomando como eixo fundamental O caso Wagner (1888), este estudo se desenvolverá a partir da relação entre palavra e música na estética musical tardia de Nietzsche. A utilização da ópera Carmen, de George Bizet, como possibilidade de antítese irônica ao programa da Obra de arte total, do compositor Richard Wagner, permite que se reflita sobre a estética-musical nietzschiana de um ponto de vista privilegiado, onde diversos fatores estão em jogo, como esse suposto uso irônico da ópera de Bizet num momento em que sua estrutura formal, se comparada à forma musical wagneriana, já poderia ser considerada anacrônica; por que Nietzsche teria se servido de uma obra que ele próprio considerou menor quando comparada ao drama musical de Wagner? A resposta a essa pergunta exige que se compreenda a fundo o valor nem sempre claro da palavra nas composições musicais retomadas por Nietzsche em diversos momentos de sua obra. Afinal, sua estética musical privilegiava a palavra significante ou a considerava mero aparato da música absoluta?
Autores: Henry Martin Burnett Junior
2013 a 2015
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Autenticidade, comunidade, povo: a canção popular no Nascimento da Tragédia
Ao desenvolver, em seus escritos de juventude, uma teoria da canção popular, Nietzsche ecoava uma discussão que remontava pelo menos até os pré-românticos do movimento Tempestade e Ímpeto, a respeito do princípio gerador da arte. A discussão sobre o traço instintivo e o desenvolvimento consciente das criações artísticas havia sido alvo de grandes debates na Alemanha e na Europa. Neste projeto, pretendemos retomar não apenas essa discussão em seu momento histórico, focada nas questões estéticas do século XIX e na herança de autores como Hamann e Herder sobre Nietzsche, mas pretendemos também deslocar essas clássicas reflexões estéticas para uma discussão sobre a hegemonia da canção popular no Brasil. Tomando como ponto de partida as reflexões de Nietzsche sobre o vínculo entre palavra e música, além dos exemplos retirados por ele do que chamaríamos ainda hoje, pelo menos no Brasil e na América Latina, de cultura popular, este projeto tem como objetivo fornecer subsídios teóricos e críticos para o estabelecimento de uma estética musical popular. A permanência de elementos míticos nas referências de Nietzsche é o liame principal por onde podemos discutir conceitualmente esferas culturais hoje tão apartadas como a música tradicional, a música comercial e a música sinfônica. Propõe-se uma interpenetração crítica do conceito de canção popular em Nietzsche com a história e a dinâmica do cancioneiro brasileiro. A ideia central é que o conceito de popular utilizado por Nietzsche está diretamente ligado à herança folclórica de nosso cancioneiro moderno. A partir dessa confrontação de fontes, pretendemos verificar as possíveis aproximações com domínios da formação e da história da música popular do Brasil.
Autores: Henry Martin Burnett Junior
2009 a 2012
-
Indústria cultural e canção popular no Brasil
Este projeto constituia-se numa análise da dinâmica da canção popular no Brasil sob o ponto de vista de uma filosofia contemporânea da música. Como fonte primária da pesquisa foram tomadas as categorias de análise estético-musicais do filósofo alemão Theodor Adorno, principalmente nos textos onde ele refletiu sobre a música comercial e a indústria cultural. Salvaguardando que não se tratava de uma aplicação metodológica das conclusões adornianas sobre a realidade cultural brasileira, mas da utilização de suas análises como um suporte a partir do qual outros autores poderiam ser mobilizados. Portanto, não se tratava de um estudo específico sobre a Teoria Crítica ? no sentido de uma análise de seus pressupostos teóricos e de uma discussão interna de seus resultados ?, o objetivo que estava em primeiro plano era a análise da canção popular no Brasil em aliança com a filosofia e as ciências humanas, acreditando que estas possam revelar ? na trilha aberta por Adorno ? os efeitos da penetração da indústria cultural na produção do cancioneiro nacional. A intenção em plano de fundo era a tentativa de mostrar como a canção popular gerou um dos momentos mais reveladores da identidade nacional e uma elevação do seu estatuto para além dos limites do entretenimento.
Autores: Henry Martin Burnett Junior
2005 a 2006
Universität Leipzig
Atualização Lattes em 2024-05
Processado em 2024-07-22