Bianca Benfatti
A Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH) iniciou suas atividades acadêmicas em 2007 e abriga seis cursos de graduação. A pós-graduação foi implantada a partir de 2009, inicialmente com o programa de Educação e Saúde na Infância e Adolescência. Atualmente oferece outros cinco programas, mestrado em Educação e mestrado e doutorado em Educação e Saúde e em Filosofia. Está em processo de criação também o doutorado em História.
De acordo com a Câmara de Pós-Graduação da EFLCH, coordenada pelo professor Marcelo Silva de Carvalho, recentemente foi aprovado o mestrado na área de História da Arte pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).
O coordenador explica que a criação dos programas de pós-graduação atendeu a demanda. “Os programas não estão vinculados a uma especificidade da região, mas são o desdobramento natural da construção de um corpo docente grande, sólido e consistente, na área de humanas, que é muito extensa. Existem poucas instituições na região que desenvolvem pesquisa em humanas e, por isso, a demanda por vagas é muito grande.”
O primeiro programa de pós-graduação criado na EFLCH, Educação e Saúde na Infância e Adolescência, é interunidades (ministrado em vários campi). Em conjunto com o Campus São Paulo, é coordenado por Marcos Cezar de Freitas e foi considerado inovador por promover o diálogo interdisciplinar entre Educação e Saúde. Consolidou-se, seguindo a tradição da Unifesp na área de saúde, e hoje oferece mestrado e doutorado. “Os nossos processos seletivos têm recebido centenas de candidatos, o que demostra interesse crescente pela área como um todo e por nosso programa em particular”, avalia o coordenador. O programa forma profissionais capacitados a identificar e estudar problemas crônicos de crianças e adolescentes no âmbito educacional e da saúde. De acordo com Freitas, o retorno obtido é satisfatório, visto que “a produção acadêmica dos orientadores e a produção discente têm sido reconhecidas e citadas no Brasil e no exterior.”
O programa de pós-graduação em Educação, aprovado pela Capes em 2012, registrou 400 canditatos para 20 vagas na primeira seleção, informa a coordenadora Cláudia Abreu. “A boa qualidade de nosso curso está diretamente relacionada ao bom nível de nossas pesquisas e à formação de nossos professores”, afirma Cláudia.
Já os programas de Filosofia e de Educação e Saúde estão em fase mais avançada de consolidação, oferecendo o doutorado. Juvenal Savian, responsável pelo de Filosofia concorda: “Nosso programa é o segundo de pós-graduação em Filosofia oferecido por uma instituição pública na grande São Paulo, pois até 2009 só havia o da USP.” Além disso, afirma que ele é o único do país e um dos únicos da América Latina a contar com especialistas em filosofia árabe e filosofia judaica, sem falar nos pesquisadores sobre o Renascimento.
Crescimento contínuo
Os mestrados em História (PPGH) e Ciências Sociais (PPGCS) foram criados há pouco mais de três anos e o doutorado, para ambos programas, está em processo de preparação. “Formar o doutorado imediatamente após início do mestrado nessas áreas é algo muito novo para a pós-graduação no Brasil. Isso mostra o quanto esses programas têm recebido reconhecimento e respaldo”, afirma Marcelo Carvalho.
O programa de História, coordenado por Wilma Costa, é o terceiro de pós-graduação em uma universidade pública na Grande São Paulo, os outros dois estão na USP (História Social e História Econômica). Disponibiliza 17 vagas em cada seleção de estudantes e atualmente está na terceira. Há uma grande procura por parte dos alunos: para a primeira seleção, inscreveram-se 115 candidatos e, para a segunda, 135. “Somos o primeiro programa no Brasil a ter historiografia como foco principal”, afirma. “Nosso objetivo é refletir sobre o ofício do historiador em todas as suas dimensões e a formação de profissionais capazes de ensinar história em espaços não escolares, como museus, arquivos e centros culturais.”
Wilma ainda explica que, além das duas linhas de pesquisa já existentes (Poder, Cultura e Saberes; e Instituições, Vida Material e Conflitos), mais uma está em processo de criação, ligada à Memória e Patrimônio Histórico.
Em 2010 foi implantado o mestrado em Ciências Sociais, sob a coordenação de Cynthia Sarti, com perspectivas de apresentar o projeto de doutorado à Capes em 2014. Um dos destaques da produção da primeira turma de alunos da pós é a produção da revista eletrônica Pensata, com três edições já publicadas. O principal objetivo da revista é o de promover o debate entre as três áreas formadoras do PPG-CS (Antropologia, Sociologia e Ciência Política).
O programa adota a perspectiva da interdisciplinariedade na abordagem dos problemas sociais que são o seu objeto. “Dado o seu caráter interdisciplinar, o programa pretende atrair também alunos de outros cursos de graduação de áreas afins, como Comunicação, Direito, Economia, História, Relações Internacionais, Administração Pública, entre outros, além dos graduados em Ciências Sociais”, explica Cynthia.
Produção científica
A produção científica é volumosa, apesar do fato de que os programas foram criados em datas muito recentes. No que desrespeita ao mestrado, as primeiras defesas de dissertações só ocorreram em 2011 e, por enquanto, não há nenhuma tese de doutorado. Isso se reflete no conceito Capes designado a cada um dos programas de pós-graduação.
Projeções feitas por Carvalho indicam que o número total de alunos, em três anos, deverá atingir algo em torno de 1600 matriculados, somando as áreas atuais mais as que serão criadas nesse período. Ainda de acordo com essa estimativa, em cinco anos o número deverá subir para 2 mil alunos, representando quase 50% do tamanho da graduação.
Carvalho mostra-se também otimista quanto à possibilidade de captação de recursos para a atividade de pesquisa junto a agências de fomento e órgãos governamentais, como o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), a Capes e a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). No presente os resultados obtidos são favoráveis.“Captamos um volume razoável de recursos, temos trazido um bom número de bolsas para os programas já consolidados, portanto obtivemos com sucesso esse tipo de financiamento, que é o perfil da área”, finaliza.
Líder em alunado
O primeiro campus dedicado exclusivamente à área de humanas e o segundo no projeto de expansão da Unifesp, o Campus Guarulhos, onde funciona a Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH), foi construído em 2007, em um espaço de 12.907 m², cedido pela prefeitura do município. Atualmente é o maior campus da Unifesp em quantidade de alunos, já que abriga 32% do alunado de graduação da Universidade. Os cursos ministrados no local são os primeiros fora da área da Saúde, sendo inteiramente de Humanidades, com formação em bacharelado ou licenciatura.
Inicialmente, a EFLCH ofereceu Ciências Sociais, Filosofia, História e Pedagogia. Em 2009, novos cursos foram implantados: História da Arte e Letras, com habilitação em Português, Francês ou Inglês. Atualmente possui quase 3 mil alunos e 189 professores. Além dos seis cursos de graduação, outros seis de pós-graduação são oferecidos: Ciências Sociais (mestrado), Educação (mestrado), Educação e Saúde na Infância e Adolescência (mestrado e doutorado), Filosofia (mestrado e doutorado), História (mestrado) e História da Arte (mestrado).
O campus está em processo de ampliação para atender um maior número de alunos, quantidade que não para de crescer. A previsão é que a capacidade da EFLCH aumente para 5 a 6 mil alunos após a conclusão das obras do novo prédio de 20 mil m², que está prevista para acontecer até o final de 2015.
As novas instalações serão destinadas à pesquisa, extensão e ao ensino.