Universidades somam esforços para criar um Curso Especial Internacional

Apesar de alguns avanços inegáveis, principalmente no campo jurídico, o machismo, combinado com racismo, ainda constitui um sério desafio ao processo de construção de uma sociedade democrática

Mariane Santos Tescaro

A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) estabeleceram um programa de intercâmbio acadêmico, científico e tecnológico, objetivando o desenvolvimento de um Programa de Pós-Graduação Especial Internacional Tripartite em Neurociência.

É um programa de doutorado internacional, que tem como alvo atrair estudantes de alto nível, brasileiros e estrangeiros, para realizar o doutorado no campo de Psiquiatria do Desenvolvimento. A decisão se fortaleceu por se tratarem de universidades de excelência e alta qualidade, além de apresentarem programas de pós-graduação em Psiquiatria com nota da Capes em nível de excelência internacional, possuírem experiência e engajamento por meio de atividades sinérgicas nos atuais projetos de pesquisa do Instituto Nacional de Psiquiatria do Desenvolvimento (INPD).

Quem preside o programa é Jair de Jesus Mari, psiquiatra e professor titular do Departamento de Psiquiatria da Unifesp e coordenador do Eixo de Recursos Humanos do Instituto Nacional de Psiquiatria do Desenvolvimento para Crianças e Adolescentes (INPD), juntamente com Euripedes Constantino Miguel, professor, chefe da disciplina de Psiquiatria de Infância e Adolescência e chefe suplente do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e coordenador do INPD, e Luis Augusto Rohde, professor titular do Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, diretor do Programa de Déficit de Atenção/Hiperatividade no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e vice-coordenador do INPD.

Foto dos reitores Soraya Soubhi Smaili (Unifesp), Marco Antonio Zago(USP) e Carlos Alexandre Netto(UFRGS) na assinatura do acordo de cooperação

Os reitores Soraya Soubhi Smaili (Unifesp), Marco Antonio Zago (USP) e Carlos Alexandre Netto (UFRGS) na assinatura do acordo de coopoeração em novembro de 2015

A proposta surgiu a partir da iniciativa do Prof. Raul Machado Neto, presidente da Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional da Universidade de São Paulo, com apoio incondicional da reitora da Unifesp, Soraya Smaili. O curso terá início no segundo semestre de 2016.

Serão selecionados 18 pós-graduandos talentosos (quatro estudantes de doutorado e dois candidatos ao pós-doutorado por ano, por três anos (dois ligados a cada instituição/ ano) para participarem do programa, que conta com orientação e aprendizagem com os melhores recursos humanos reconhecidos em Psiquiatria do Desenvolvimento no país - Departamento de Psiquiatria da Unifesp, Instituto de Psiquiatria da USP e o Departamento de Psiquiatria da UFRGS.

As vagas serão anunciadas nos níveis nacional e internacional, por meio de jornais científicos reconhecidos, e os candidatos serão selecionados com base em curriculum vitae e potencial para a ciência apresentado. A seleção se dará por um comitê formado por orientadores indicados pelos departamentos de psiquiatria das instituições.

Mesmo que os estudantes estejam ligados formalmente a uma das instituições, eles circularão pelas três instituições. Já o certificado será emitido, em conjunto, pelas três instituições sem prejuízo do diploma do programa ao qual o aluno está vinculado.

“A vantagem é participar de três programas internacionalizados que permitem o trânsito dos alunos sem entraves burocráticos com aulas presenciais e contato nessas instituições”, conta Rohde.

Por ser um curso internacional, uma lista de disciplinas fundamentais sobre o estado da arte dos conceitos relativos à Psiquiatria do Desenvolvimento será oferecida em inglês. Para Miguel, isso propiciará atrair alunos do país e fora dele. “Todo o corpo docente e orientação do programa será das três universidades e acreditamos que com isso vamos oferecer o melhor de cada uma delas para os alunos”.

“O aluno deverá terminar o doutorado com um perfil de pesquisador na área de Neurociências do Neurodesenvolvimento, preparado para buscar respostas à prevenção dos transtornos mentais que se iniciam na infância e adolescência”, explica Mari.

Cada instituição nomeará um coordenador responsável que implementará o programa, projetos de pesquisa e todas as atividades que envolverão o convênio.

Capa do número 13 jornal entrementes mostrando um livro antigo de ata  Sumário do número 13