Em 14 de dezembro 2019 o curso de Especialização Saúde Mental, Imigração e Interculturalidade com duração de um ano, coordenado pela Professoras Sylvia Dantas e Débora Galvani, realizou um emocionante encerramento após as apresentações dos alunos de suas monografias de final de curso. As apresentações dos trabalhos finais foram extremamente ricas tratando de temas a partir da própria prática profissional vinculada à realidade migratória atual do país.
O curso teve zero inadimplência. Tivemos depoimentos marcantes por parte dos alunos de como o curso havia propiciado uma transformação para os mesmos em termos profissionais e pessoais mudando assim sua forma de se ver e ver o outro que vem de uma cultura diferente da sua.
O curso Saúde Mental, Imigração e Interculturalidade foi inicialmente oferecido como curso de extensão de curta duração em 2017 e depois como aperfeiçoamento em 2018. Dado o sucesso dos mesmos em 2019 foi oferecido na modalidade Especialização para que um maior aprofundamento da temática fosse possível. A procura foi muito grande, por volta de 500 pessoas para as 30 vagas oferecidas. Destes, vinte e cinco profissionais foram selecionados e 5 referidos por meio de parceria que estabelecemos com a Secretaria Municipal de Saúde e as ONGs, Missão Paz, Cáritas, CRAI e Aldeias Infantis de São paulo.
Conforme uma perspectiva intercultural da saúde mental na imigração, a contextualização do fenômeno migratório é essencial para desconstrução de preconceitos e visões etnocêntricas e a promoção e prevenção da saúde migrante. Assim, o curso conta com uma equipe de vinte professores de diferentes áreas do conhecimento como psicologia, psiquiatria, medicina, terapia ocupacional, direito, história, sociologia, antropologia, linguística, serviço social. Todos os professores são pesquisadores da temática migratória sendo a maioria docentes de diferentes campi da universidade.
Os temas tratados durante as aulas incluíram: saúde mental, estresse de aculturação, modelo intercultural psicodinâmico; etnocentrismo, relativismo cultural, interculturalidade; fatores de risco, barreiras de acesso aos serviços e boas práticas; impacto da imigração na família; mediação intercultural; multilinguismo, racismo e xenofobia; panorama das migrações internas e internacionais para São Paulo e produção de identidades; mobilidade, povos autóctones e cosmologias indígenas na América do Sul; memória, tradição e construção de subjetividades; migração, cultura e diferentes concepções de saúde e doença; escravidão, racismo; fluxos; transatlânticos no Brasil; gênero e imigração; preconceito, imigração e pós-colonialismo.
Além das aulas teóricas o aluno participa regularmente de grupo de supervisão, um espaço de acolhimento para o profissional no que se refere a sua atuação prática, momento de articulação etre teoria e prática, permitindo um maior desenvolvimento de olhar e postura intercultural na saúde mental.
A maioria dos alunos eram psicólogos, assistentes sociais, mas também enfermeiros e educadores. Profissionais que atuam nas Unidades Básicas de Saúde UBs, Centro de Atenção Psicossocial CAPS adulto e infanto-juvenil e Núcleo de Apoio à Saúde da Família NASF, APS Santa Marcelina, Escola Municipal de Educação Infantil, Centro de Defesa e Convivência da Mulher, Ministério Público, Superintendência Regional do Trabalho, Casa de Saúde indígena, Projeto Xingu, Instituto Fazendo História, Missão Paz, Comitê Nacional para Refugiados CONARE. Além disso, alguns alunos são também imigrantes de diferentes países atuando na área.
Já temos recebido diversas solicitações de informação sobre o próximo curso.
- A previsão para início do mesmo é para agosto de 2020 com duração de um ano e meio.
Equipe da Coordenadoria de Direitos Humanos
PROEC – UNIFESP