Nota explicativa sobre dados de Evasão veiculados no sítio da ProGrad

Em 2015, foi realizado pela Profa. Dra. Juliana Cespedes (Campus São José dos Campos) e 02 discentes um excelente estudo, cujo objetivo principal foi comparar o Coeficiente de Rendimento (CR) de alunos desistentes e não desistentes da Unifesp.

O propósito foi de auxiliar a Unifesp na elaboração de políticas mais efetivas para a permanência estudantil e o sucesso acadêmico. O referido estudo foi denominado de Evasão nos campi da UNIFESP e tratou de maneira agregada os dados de estudantes ingressantes e desistentes de todos os cursos em 10 anos consecutivos, de 2005 a 2014.

Cabe ressaltar que, no estudo, as autoras definiram a "porcentagem de estudantes evadidos (%E)" como a divisão entre "o número de desistentes (D) pelo número de ingressantes (I): %E=100*D/I." E concluíram: "Portanto, o percentual de estudantes evadidos na UNIFESP, cujo ingresso ocorreu entre os anos de 2005 e 2014, foi de 29%."

Nesse agregado, o percentual de 29% de desistentes, lido de forma descontextualizada e transformado em “taxa de evasão” pode levar a equívocos.

Destacamos que o conceito de “taxa” pressupõe a variação de um fenômeno – por exemplo, a taxa de crescimento populacional, a taxa de desemprego, a taxa de inflação, a taxa de evasão etc. Portanto, taxa não é uma relação absoluta e estanque. As taxas são utilizadas para comparar diferentes momentos e/ou lugares e ajudam a perceber tendências e variações dos fenômenos observados. Assim, se as autoras tivessem se proposto a calcular a “taxa de evasão” certamente não teriam agregado gerações, mas as teriam comparado. Afinal, são gerações que tiveram condições muito diferentes de permanência e de conclusão de curso e teriam certamente apresentado taxas distintas.

Além disso, as autoras não teriam agregado dados de 02 categorias de cursos: os que tiveram e os que não tiveram formandos, visto que a fórmula mais utilizada para o cálculo da taxa da evasão, previsto pela Andifes e pelo Instituto Lobo, sugere que não se deve misturar essas situações. É possível observar no estudo que as autoras tiveram o cuidado de utilizar o termo "taxa de evasão" somente quando as porcentagens de estudantes desistentes foram calculadas para cada curso, por ano de ingresso, separadamente.

O cálculo agregado torna indistinta a heterogeneidade de 10 anos de vida institucional, transformando-a em um único número, forjando uma “situação agregada” que nunca existiu de fato.
Como forma de esclarecer e de divulgar dados sobre a taxa de evasão institucional, assim como outros indicadores de qualidade da graduação, foi disponibilizado na mesma aba do estudo supra mencionado 02 relatórios, sendo que o primeiro deles foi preparado para responder a órgão externo de controle (CGU). Foram eles: Relatório de Indicadores 2011-2015 e Evasão 2014.

 

Profa. Dra. Maria Angélica Pedra Minhoto 

Pró-Reitora de Graduação