Na tarde da quinta-feira (9/6), entidades de classe e a Reitoria da Unifesp se reuniram, no Campus São Paulo, para discutir os cortes no orçamento das universidades federais e posicionar-se contra a fusão dos ministérios de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e de Comunicações, pelo governo interino, além das propostas enviadas por movimentos populares sobre a base curricular comum e a escola sem partido.
O evento, intitulado Ato-Debate: A Unifesp Frente aos Ataques à Educação, abriu com as explanações de Rodrigo Medina Zagni, presidente da Associação dos Docentes da Unifesp (Adunifesp) e professor do curso de Relações Internacionais da Escola Paulista de Política, Economia e Negócios (EPPEN/Unifesp), Campus Osasco, e seguiu com o discurso da reitora da Unifesp, Soraya Smaili, no qual mostrou grande preocupação frente ao atual e insuficiente orçamento destinado às universidades federais brasileiras.
De acordo com ela, é preciso que a sociedade seja conscientizada da importância do ensino público, da produção gerada dentro das universidades e da gravidade em que essas instituições estão trabalhando há anos com cortes orçamentários cada vez maiores. “Não podemos mais nos calar diante da falta de reconhecimento da produção científica e intelectual de altíssima qualidade que as universidades geram, dos enormes projetos científicos que estão ameaçados, além da assistência prestada à população nas áreas social e da saúde”.
“Estamos extremamente preocupados com a falta de recursos para a manutenção das atividades consideradas básicas, com risco de suspensão das mesmas, em razão do contingenciamento de 20% do orçamento, previsto na Lei Orçamentária Anual, e da não liberação de recursos financeiros como o Programa de Assistência Estudantil, o PNAES”, explica a reitora.
Durante o ato, Soraya pediu que a professora Isabel Cristina Kowal Olm Cunha, pró-reitora de Administração da Unifesp, fizesse a leitura da moção do Conselho Universitário (Consu), redigido na quarta-feira (8/6), sobre os cortes orçamentários para a Educação.
Antes de abrir as discussões à comunidade presente, Renata Cristina Gonçalves Santos, professora do Departamento de Políticas Públicas e Saúde Coletiva do Instituto de Saúde e Sociedade, Campus Baixada Santista, e Marlon Ribeiro, presidente da Associação de Pós-graduandos (APG), também fizeram duras críticas sobre a condução do atual governo.