O Conselho Universitário, órgão máximo da Universidade Federal de São Paulo, reunido no dia 6 de abril de 2016, manifesta sua preocupação com a conjuntura atual e apresenta o seguinte posicionamento:
1- A crise política e econômica no Brasil está resultando em cortes contínuos e significativos no orçamento público destinado à educação e às universidades, com a consequente deterioração: da qualidade do ensino, pesquisa e extensão; da política e programas de ciência e tecnologia; do atendimento em seus hospitais universitários; das condições de trabalho, com aumento de sobrecarga e corte de terceirizados; enfim, em graves problemas de custeio, pessoal e infraestrutura. Com isso, as universidades públicas estão ameaçadas em sua força, relevância e função na sociedade brasileira.
2- A universidade reitera seu papel fundamental e histórico como lugar de liberdade, pluralidade e debate aberto de ideias, e faz enfática defesa na busca do diálogo, do direito ao dissenso, pelo fim do ódio e da intolerância entre posições divergentes.
3- Defendemos a ética e não coadunamos com a corrupção em nenhum governo, empresa ou partido. A corrupção deve ser apurada e punida dentro dos ritos estabelecidos pelo Estado Democrático de Direito.
4- O processo político atual e seus possíveis desfechos causam insegurança institucional e social. Aqueles que o conduzem devem fazê-lo de forma transparente, com base constitucional, fortalecendo a democracia e as suas instituições.
5- Afirmamos a importância de um debate nacional por uma ampla reforma política, pois a crise atual não é de um partido ou governo específicos, mas de todo o sistema de representação e suas relações público-privadas.
6- Independentemente do desfecho da crise política e econômica, continuaremos na defesa da universidade pública e gratuita, que seguirá lutando por recursos condizentes com a sua missão e pelos seus valores fundamentais: pluralidade e democracia, qualidade no ensino, pesquisa e extensão, pensamento crítico e relevância social.