Quinta, 07 Abril 2016 11:42

Parceria entre Unifesp e Universidade de Oxford investigará execuções de maio de 2006

Iniciativa será subsidiada pelo Fundo Newton e analisará casos de civis mortos por policiais

Por Antonio Saturnino

Na tarde do último dia 04 de abril, o Conselho Britânico realizou em sua sede, em São Paulo, o evento Violência de Estado e Direitos Humanos no Brasil: avanços científicos, pesquisa e políticas públicas. A iniciativa é resultado da parceria da instituição com a Secretaria Especial de Direitos Humanos e a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça e será implementada por meio de cooperação entre o Centro de Antropologia e Arqueologia Forense da Unifesp e a Universidade de Oxford.

Na ocasião estiveram presentes representantes das instituições envolvidas no projeto. Durante a abertura do evento, a reitora Soraya Smaili falou sobre a importância da parceria. “Para a Unifesp, desenvolver este trabalho ao lado da Universidade de Oxford é motivo de grande orgulho. É um avanço significante na área de Direitos Humanos e um grande passo para toda sociedade”, afirmou.

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O projeto será subsidiado pelo Fundo Newton e terá como objetivo principal fortalecer a implantação recente da área de pesquisa em Antropologia Forense no Brasil. O cronograma prevê a organização de seminários internacionais, bem como a realização de um curso de Direitos Humanos e Antropologia e Arqueologia Forense, com o objetivo de disseminar o conhecimento internacional sobre essa temática.

A iniciativa tem como foco as ações de Justiça de Transição, que vem caminhando lentamente no Brasil, passados 32 anos do final da ditadura militar (1964-1985), responsável pela cultura da impunidade e pela perpetuação do passado autoritário. Esse histórico reflete, ainda nos dias atuais, em sérias consequências no que se refere à violência policial e ao desrespeito dos Direitos Humanos.

A proposta é analisar os casos de execuções que ocorreram principalmente entre populações de comunidades periféricas durante o mês de maio de 2006, quando mais de 500 civis foram mortos. Os crimes aconteceram durante os conflitos entre polícia e o PCC no estado de São Paulo e seguem sem nenhum tipo de julgamento ou punição.

O evento foi acompanhado por representantes do grupo Mães de Maio, do qual fazem parte familiares de vítimas destes crimes que, após dez anos, ainda têm esperança de que os casos sejam investigados e os culpados sejam punidos.

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Lido 9286 vezes Última modificação em Terça, 19 Abril 2016 16:17

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