Quarta, 20 Abril 2016 12:29

Campus Diadema da Unifesp discute planejamento da licitação de obras em Audiência Pública

O encontro debateu questões sobre a Fase 1 do Plano Diretor de Infraestrutura

Por Carine Mota

diadema

Audiência no Florestan Fernandes

Foi realizada na última sexta-feira, 15 de abril, Audiência Pública do Campus Diadema da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) na Fundação Florestan Fernandes (parceria da Unifesp e a Prefeitura do Município). Presidiram a audiência a reitora Soraya Smaili, o diretor do campus, João Alexandrino, o futuro vice-diretor, João Comasseto, e o pró-reitor adjunto de Planejamento, Pedro Arantes. No encontro foi reiterado que a Unifesp está implementando a Fase 1 do Plano Diretor de Infraestrutura (PDInfra) e iniciando o processo de licitação de obras, para o qual foi apresentado cronograma. A Fase 1 contempla a execução de três prédios que atendem às demandas do campus, amplamente debatidas no PDInfra, e os critérios de sustentabilidade ambiental: Bloco de Acesso, Biblioteca e Teatro e Bloco Norte. A previsão é que a licitação de obra ocorra em junho e as obras iniciem até setembro.

O Edifício de Acesso será de 9,2 mil m², com orçamento previsto de R$ 39 milhões, contará com 19 salas de aula, restaurante universitário, três laboratórios de informática, praça digital, secretaria acadêmica, livraria, exposição, café, controle de acesso, espaços de terceirizados e áreas técnicas. O da Biblioteca e Teatro será de 5,7 mil m², com orçamento previsto de R$ 22,6 milhões, terá acervo para 48 mil livros, leitura (individual e salas de estudo em grupo), processamento técnico e administrativos, área de exposição, café, teatro para 390 espectadores, camarins e áreas técnicas.

Já o Bloco Norte, com 15,5 mil m², terá o orçamento previsto de R$ 58,8 milhões, tendo 24 laboratórios didáticos (quatro orgânicos, quatro de engenharia, oito de química geral e oito de física), 72 laboratórios de pesquisa, seis salas de microscopia, biotério, reagentário, 51 salas de professores, salão de estudo para pós-graduandos, varanda e áreas técnicas.

O processo de licitação de obras iniciou em agosto do ano passado, qualificando 12 construtoras para concorrer a obras de grande porte da Unifesp, incluindo a de Diadema. O processo acabou suspenso por ação da APEOP (Associação Paulista de Obras Públicas), foi a julgamento no tribunal superior do TCU e o acórdão foi favorável a instituição, garantindo a continuidade da licitação. Já foi republicada a segunda fase da licitação (preço) para o Campus Osasco e a próxima será a de Diadema.

Em 2009, o terreno do Campus Diadema foi adquirido sem avaliação ambiental aprofundada do uso industrial prévio, atualmente a diretoria de áreas contaminadas da Companhia Ambiental Do Estado De São Paulo (Cetesb) e a própria presidência do órgão estão acompanhando passo a passo as análises e aprovações para início de obras. A empresa Arcadis está realizando a investigação confirmatória nos perímetros dos edifícios para fins de autorização de obras, plena ou parcial. Até o final de maio teremos posição da Cetesb sobre o tema.

Além de equacionar as aprovações ambientais, o professor Pedro Arantes alertou que ainda é necessário a mobilização por mais orçamento que viabilize o conjunto das edificações, investimento estimado em R$ 113 milhões. No entanto, reiterou que Diadema e Osasco são prioridades máxima e não competem com qualquer outra demanda que surja. “O orçamento de 2016 é de 70 milhões, mesmo com o contingenciamento, mas vamos atrás para defender os projetos que estão em andamento”, expõe.

Em função das obras e das avaliações e remediações ambientais, o edifício do Complexo Didático deverá ser desativado temporariamente para as medidas corretivas. Edifícios alternativos estão em estudo, bem como o cronograma de transferência das atividades acadêmicas. Os recursos necessários serão pleiteados pela reitora junto ao Ministério da Educação (MEC), assim que forem dispostas avaliações do investimento e confirmação do interesse.

João Comasseto, que está completando 47 anos de universidade, contou como foi a luta no início de sua carreira. “Passei muitas dificuldades no começo da minha vida acadêmica e agora estou na posição de futuro vice-diretor do campus para batalhar por outras conquistas junto com vocês. Vocês são privilegiados, tem um corpo docente excelente, capacitado”. Segundo ele, as coisas mudaram da água para o vinho, da primeira vez que foi até Diadema, no começo de 2013, para hoje, é outra universidade. “Vocês têm o poder de mudar as coisas, eu estou entusiasmado, e como são mais novos, não devem desanimar, batalhem. Vão encontrar muitos obstáculos, mas se naquela época eu consegui, vocês também vão e eu vou colaborar para isso”, enfatizou.

A reitora agradeceu a todos os envolvidos e todos os presentes na ocasião, na apresentação do trabalho que tem sido feito no decorrer dos últimos meses. E afirmou que está chegando o momento que os resultados começarão a ser colhidos. Mesmo com o corte orçamentário de 20% de custeio e capital, desde o final de 2014, foram feitas medidas na gestão para a Unifesp não parar, independente do cenário político do país nas próximas semanas. “A agonia é nossa, nós sabemos que estamos construindo juntos a universidade e estamos conseguindo mesmo com as dificuldades orçamentárias”, finaliza.

Edifício biblioteca e teatro

Edifício Biblioteca e Teatro

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