Por José Luiz Guerra
A Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Paulo (EFLCH/Unifesp) foi homenageada pela Câmara Municipal de Guarulhos em razão da comemoração dos dez anos de criação do campus na cidade. A cerimônia, proposta pela vereadora Janete Pietá (PT/SP), ocorreu no último dia 29 de março, na casa legislativa do município da Grande São Paulo.
Na abertura da sessão, Janete Pietá classificou a data como especial, reforçando os laços do legislativo da cidade com a EFLCH/Unifesp. “Temos uma grande perspectiva pela frente e esperamos p comemorar muitos anos mais”. A vereadora lembrou também da atuação da Câmara Municipal na época da criação do campus da Unifesp em Guarulhos. “Essa universidade é de todos”, completou.
O vereador Romulo Ornelas (PT/SP), professor do ensino médio e morador do Bairro dos Pimentas, local onde a EFLCH/Unifesp está instalada, relembrou a luta dos movimentos sociais para que a cidade de Guarulhos pudesse abrigar uma universidade pública, uma vez que a cidade abrigava apenas instituições particulares, o que dificultava o acesso da população mais carente ao ensino superior. “Essa é uma vitória dos movimentos sociais”, celebrou Ornelas.
Elói Pietá, prefeito de Guarulhos em 2007, ano em que a EFLCH/Unifesp foi instalada na cidade, relembrou as tratativas feitas na época com os governos Estadual e Federal para a chegada da educação superior pública ao município e agradeceu a todos os que se envolveram no processo. “A Unifesp trouxe progresso à região dos Pimentas e de Bonsucesso. Nasceu como uma escola com 400 estudantes e hoje tem mais de 3 mil”, ressaltou Pietá.
Representando a Reitoria da Unifesp, Soraya Smaili, a chefe de Gabinete, Maria José Fernandes, falou sobre a honra de poder estar presente à cerimônia e por ter participado da comissão de expansão da Unifesp, grupo formado por membros da comunidade Unifesp que deu subsídio para a criação dos novos campi da instituição, dentre eles, o de Guarulhos. Elogiou também a comunidade acadêmica da instituição e agradeceu, nominalmente, a todos os diretores e vices que conduziram a EFLCH/Unifesp ao longo desses dez anos. Destacou a importância transformadora de uma universidade aberta à sua comunidade.
Magali Silvestre, atual diretora acadêmica da EFLCH/Unifesp, apontou a criação do campus como uma decisão política de um governo que se preocupou com as questões sociais. “O país não chega a atender 10% da população jovem em idade para cursar a universidade e lutamos diariamente para que os mais pobres possam ingressar no ensino superior”. Magali destacou o fato de que um grande número de estudantes da instituição é oriundo da escola pública e que a população guarulhense e a instituição possuem uma relação muito intensa. “Temos exemplos de alunos que hoje são servidores e de munícipes que se formaram em nossos cursos de graduação e hoje estão na pós-graduação. Nosso novo edifício acadêmico reforçou que a Unifesp ficará definitivamente no bairro dos Pimentas e na cidade de Guarulhos”, completou.
Daniel Vazquez, ex-diretor da EFLCH/Unifesp e coordenador do curso de extensão Humanidade[s] na Atualidade, realizado em parceria com a Câmara Municipal de Guarulhos, ressaltou que o número de estudantes da instituição cresceu dez vezes nos dez anos de existência, o que, segundo ele, é uma conquista para a sociedade. “Foi um acerto lutar para ficarmos no Pimentas. Este foi o primeiro ano que pudemos receber nossos calouros no novo edifício acadêmico e ficamos muito felizes em poder dar oportunidades a alunos que não teriam chances de estudar em uma universidade pública”, comemorou.
Representando os servidores técnico-administrativos em educação (TAEs), Ailton Mesquita Lima, que é morador de Guarulhos e estudante de Ciências Sociais da EFLCH/Unifesp, fez a leitura de uma carta redigida pelos TAEs. “Tenho muito orgulho de ter a oportunidade de trabalhar e estudar em uma universidade pública”, completou.
Finalizando as falas, Fernanda Matos, moradora do Bairro dos Pimentas, graduada em Ciências Sociais pela EFLCH/Unifesp, onde atualmente cursa mestrado, afirmou que foi preciso muita coragem e luta para criar uma universidade pública em Guarulhos. Hoje, na visão dela, o novo edifício acadêmico é um grande símbolo de conquistas. “Como professora, digo aos meus alunos que aquele prédio pode ser o futuro deles”, finalizou.
Sessão da Câmara Municipal de Guarulhos em homenagem aos 10 anos da EFLCH/Unifesp (Da esquerda para a direita: Magali Silvestre, diretora da EFLCH, Maria José Fernandes, chefe de Gabinete da Unifesp, Elói Pietá, ex-prefeito de Guarulhos, Janete Pietá, vereadora de Guarulhos, prof. Rômulo Ornelas, vereador de Guarulhos, Daniel Vazquez, ex-diretor da EFLCH/Unifesp, Ailton Lima, servidor da EFLCH/Unifesp e Fernanda Matos, estudante da EFLCH/Unifesp)