Segunda, 31 Agosto 2020 11:33

Conselho Universitário aprova Relatório de Gestão 2019

Documento foi aprovado com votos de 98% dos conselheiros do órgão deliberativo máximo da Universidade

Por Valquíria Carnaúba

O Conselho Universitário da Universidade Federal de São Paulo (Consu/Unifesp) aprovou, com 98% de adesão pelos seus membros, o Relatório de Gestão referente ao ano de 2019. O documento, consonante com o princípio de transparência e de ampliar a difusão da informação institucional, situa as principais ações, conquistas e desafios do período, no âmbito da gestão da Reitoria. Sua produção contou com o trabalho de diversos técnicos e docentes, e concentra informações capazes de embasar decisões futuras, como as referentes a cotas, moradia estudantil e ao painel do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI 2016 - 2020).

O relatório mostra que o ano passado foi marcado pela aprovação do início da Graduação no Campus Zona Leste e o estabelecimento dos programas de internacionalização, como o Programa Institucional de Internacionalização (CAPES PrInt). Foram constituidas estruturas novas e importantes, como o Conselho Estratégico Universidade e Sociedade (CEUS), a Agência de Inovação Tecnológica e Social (Agits), o Instituto de Estudos Avançados e Convergentes (IEAC), e consolidadas outras, como o Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF).

Entretanto, as restrições orçamentárias levaram a uma perda acumulada de 27% da verba de custeio (destinada ao funcionamento da universidade, como água, energia elétrica e pagamento de empresa terceirizada de limpeza) e de 71% da verba de capital (destinada a obras). Os impactos ressoaram também nos estudantes: o documento aponta a perda de mais de 300 bolsas.

O desempenho acadêmico, apesar das dificuldades, segue alto. O documento registra a presença da Unifesp, a exemplo de anos anteriores, nos principais rankings em educação, como o Times Higher Education World University Rankings (1° melhor universidade federal do país) e QS World University Rankings (4° melhor universidade do Brasil), e nos rankings que medem aspectos como foco no desenvolvimento sustentável e na redução da desigualdade de gênero.

O pró-reitor de Planejamento, Pedro Arantes, alerta para a redução de custos, que promoveu eficiência em alguns aspectos, mas não pode levar a crer que mais reduções levarão ao mesmo resultado. "Cria-se uma ambiguidade, pois leva ao pensamento que, se cortando recursos a universidade conseguiu ser eficiente, então pode haver mais cortes. A perspectiva para 2021 é que o governo corte mais de 18% das federais, mas em breve o colapso das instalações pode comprometer radicalmente o desempenho", aborda.

De acordo com Tania Mara Francisco, pró-reitora de Administração, as contas da Unifesp foram aprovadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sem ressalvas, algo a ser destacado. Corroborando Arantes, afirma que foi um período bastante delicado do ponto de vista orçamentário. "Os recursos da universidade (3% menores que os do ano anterior) ficaram retidos até o final do ano, então tivemos que gerir por dez meses uma verba suficiente para apenas sete. Isso requereu muita articulação com os gestores e os conselhos superiores", afirma. Ela aponta, ainda, para as conquistas administrativas, como a adesão ao Sistema Eletrônico de Informações (SEI), que digitalizou os processos. "O modelo de governança adotado pela instituição, que promove a construção coletiva, foi fundamental nesse processo", pontua.

Odair Aguiar Junior, diretor do Campus Baixada Santista, afirmou que a aprovação do relatório de gestão evidenciou o reconhecimento da Comunidade Acadêmica acerca da bem-sucedida luta por condições de ensino, pesquisa e extensão na Instituição, ainda que em tempos de dificuldades orçamentárias e déficit de pessoal. "Essa luta, onde cada membro da Comunidade Unifesp exerceu um papel fundamental, se refletiu num relatório com dados consistentes, que com clareza expressaram pontos de nítido avanço e pontos que ainda permitem novos desdobramentos para um continuo aperfeiçoamento, típicos de uma universidade viva e ativa".

Para a reitora, Soraya Smaili, o relatório representa um grande avanço em muitos sentidos. "Os dados apresentados mostraram como a universidade se desenvolveu, com vários projetos de ensino, pesquisa e extensão, além da assistência. Em 2019 completamos 25 anos de universidade, que nos últimos 15 anos realizou uma expansão de grandes proporções em todas as áreas. Estamos agora em um estágio de consolidação da universidade plena, que cumpre a sua função social e colabora para o desenvolvimento econômico do nosso país", comemora. A reitora aponta ainda para o esforço feito para organizar estruturas, valorizar docentes, pesquisadores, técnicos, buscar condições de acesso e permanência aos estudantes de graduação, a fixação dos doutores e pós-doutores em projetos de pesquisa. "Embora tivéssemos grandes dificuldades orçamentárias, a Unifesp continuou em movimento com todos as Escolas e Institutos discutindo e organizando procedimentos para a execução de todas as atividades em todos os campi. Muitos resultados, indicares e avaliações foram apresentadas, incluindo as avaliações dos principais sistemas de avaliação nacional e internacional, em diversas áreas e atuações", completa.

Em relação à projeção futura da instituição, Soraya comenta que os resultados estimulam a continuidade do trabalho e a percepção de que muitas coisas continuam e estão em andamento, apesar do momento difícil pelo qual a universidade e todo o país passou a viver por conta da pandemia do coronavirus. "O fato de termos nos organizado no futuro e termos fortalecido as nossas estruturas, bem como os processos democráticos de escolha, decisão e execução, mostram o quão acertado é o caminho que nossa universidade se encontra, nos possibilitando enfrentar as dificuldades e ao ultrapassa-las, continuar construindo o presente e o futuro da Unifesp de maneira resoluta, sempre com o compromisso de uma universidade autônoma, democrática e voltada para a sociedade", finaliza.

RelatórioGestão 2019 portal
"O fato de termos nos organizado no futuro e termos fortalecido as nossas estruturas, bem como os processos democráticos de escolha, decisão e execução, mostra o quão acertado é o caminho que nossa universidade se encontra, nos possibilitando enfrentar as dificuldades e ao ultrapassa-las, continuar construindo o presente e o futuro da Unifesp de maneira resoluta, sempre com o compromisso de uma universidade autônoma, democrática e voltada para a sociedade"  afirma Soraya Smaili, reitora da Unifesp.

 

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