Terça, 13 Dezembro 2022 17:14

Unifesp realiza audiência pública para compartilhar situação orçamentária da universidade

Mais de 550 pessoas acompanharam virtualmente e presencialmente, no auditório da Reitoria

Por Denis Dana 

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Evento atraiu mais de 550 pessoas, que puderam acompanhar a explanação dos dados de maneira presencial e também virtual

Na última segunda, 12/12, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) realizou uma audiência pública para tratar especialmente da situação financeira e orçamentária da universidade, diante dos sucessivos bloqueios e cortes de recursos que têm atingido as instituições federais de ensino superior nos últimos anos. O tema, de interesse de toda a comunidade, atraiu mais de 550 pessoas, que puderam acompanhar a explanação dos dados de maneira presencial e também virtual.

Na abertura da audiência pública, a reitora pro tempore da Unifesp, Raiane Assumpção, ressaltou a importância da ocasião, “compartilhando, com toda a comunidade, com total transparência, informações relacionadas ao orçamento e os desafios por ele impostos às atividades da universidade, de modo que todas as pessoas possam se apropriar da situação”.

Após a fala inicial de Raiane, a pró-reitora de Administração, Tânia Mara Francisco, apresentou em detalhes o orçamento da universidade, destacando as reduções e bloqueios tanto nos recursos para custeio quanto para investimentos nos últimos anos, além de compartilhar informações que explicavam como é realizado o planejamento orçamentário da universidade.

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A reitora pro tempore, Raiane Assumpção (em primeiro plano), e a pró-reitora de Administração, Tânia Mara Francisco (ao fundo), durante a audiência

“Ao detalhar os números, podemos observar que sofrermos uma perda de um terço dos recursos entre 2019 e 2022, com valores de custeio inferiores aos recebidos em 2007, o que impõe à universidade um enorme desafio de gestão”, disse Tânia.

Para 2023, a pró-reitora de Administração revela contínua preocupação, “uma vez que o valor no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2023 já consta uma perda de 10,5%. Caso o PLOA não seja alterado, o valor previsto para custeio é de R$ 52.220.907, o que representa pouco mais de R$ 4 milhões mensais, o que nos levará a ter um déficit mensal de R$ 1,6 milhão na comparação com o orçamento executado neste ano, revelando mais um ano difícil e desafiador no que diz respeito às finanças da universidade”.

Preocupação compartilhada com todas as pró-reitorias

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A pró-reitora adjunda de Administração, Georgia Mansour, durante a audiência

Para sanar as dúvidas de docentes, discentes, servidores(as) e colaboradores(as) que acompanhavam a audiência, representantes de cada pró-reitoria falaram sobre como a escassez de recursos afeta sua respectiva área. Na Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis, uma das mais prejudicadas, o pró-reitor Anderson Rosa falou sobre a dificuldade em dar qualquer reajuste nos auxílios, “um pleito justo dos(as) estudantes, ainda mais tendo como desafio maior o momento em que tem crescido a demanda por esses auxílios. Isso sem deixar de falar no desafio específico da alimentação, em que os contratos com os restaurantes universitários estão sendo reajustados, o que torna mais pesado e financeiramente difícil para a universidade em tempos de diminuição de recursos”.

A mesma dificuldade orçamentária foi destacada pela pró-reitora de Planejamento, Juliana Garcia Cespedes, ao revelar o tamanho do impacto da escassez de recursos para as ações de infraestrutura na universidade, inviabilizando até mesmo projetos que garantissem maior acessibilidade nos campi, por exemplo.

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Tânia Mara Francisco explicando as questões orçamentárias

Na área de pesquisa, Lia Bittencourt, pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa, esclareceu que os recursos de bolsas pagas pela Capes, CNPq e Fapesp não passam pela universidade, “sendo as próprias entidades responsáveis por garantir o pagamento aos(às) pesquisadores(as), sem que cortes no orçamento específico da Unifesp interfiram em seus recebimentos”.

A situação é diferente na Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, em que a pró-reitora adjunta Simone Nacaguma destacou “o impacto do corte nos pagamentos de bolsas de extensão referentes aos meses de novembro e dezembro”.

Outro benefício impactado pelos cortes orçamentários foi a monitoria. De acordo com a pró-reitora de Graduação, Ligia Azzalis, “a falta de recursos prejudicou 134 estudantes que recebem o auxílio”. Na pró-reitoria de Gestão com Pessoas, por sua vez, o impacto, segundo a pró-reitora Elaine Damasceno, “tem sido na realização de novos processos seletivos e contratação de docentes, que dependem diretamente do orçamento para ocorrerem”.

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Raiane Assumpção encerrou a audiência

A audiência pública ainda abriu espaço para a fala de representantes de docentes e de estudantes, que também puderam expor suas preocupações, acompanhadas atentamente e acolhidas pela gestão da universidade.

“Temos agido na esfera técnica, oferecendo todas as informações relativas ao orçamento para o MEC, e na esfera política, seguindo em permanente mobilização de modo que a nossa universidade faça parte efetivamente do processo de reconstrução do país. Para isso, seguimos com total transparência, compartilhando tudo com a comunidade e em parceria com todos os campi, empenhados em vencer nossos desafios”, ressaltou Raiane ao concluir a audiência.

Para assistir à gravação da audiência pública, clique aqui.

Fotos: Alex Reipert

Lido 1337 vezes Última modificação em Segunda, 10 Abril 2023 13:10

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