Pesquisa do ICT/Unifesp desenvolve aplicativo educacional para autistas

Baseado em gamificação, o aplicativo atende ao conteúdo de geometria na área de matemática.

Pesquisa app autistas mestrado 

Imagem: Fernanda Carvalho Caldas da Silva
Texto: Alexandre Milanetti

Como resultado de uma dissertação de mestrado defendida no último mês de junho junto ao Programa de Mestrado Profissional em Inovação Tecnológica do ICT/Unifesp, foi desenvolvido um aplicativo educacional voltado para autistas baseado em gamificação.

Segundo a autora da dissertação, Fernanda Carvalho Caldas da Silva, os desafios encontrados no processo de aprendizagem de crianças e jovens autistas têm estimulado a busca por práticas educativas diferenciadas para melhor atender esses indivíduos. “Assim, foi desenvolvido um aplicativo educacional para pessoas autistas - indivíduos com Transtorno do Espectro Autista, o TEA - utilizando o princípio da gamificação”, explicou Fernanda.

Ela relata que a gamificação concebida para o presente trabalho atende ao conteúdo de geometria na área de matemática. “As atividades com o conteúdo de geometria disponíveis no aplicativo foram inspiradas no jogo do quebra-cabeça. O trabalho incluiu pesquisa bibliográfica para produção do referencial teórico e pesquisa aplicada para desenvolvimento e teste do aplicativo. Os testes de aplicação ocorreram com estudantes autistas sob supervisão de professores(as) especialistas do Atendimento Educacional Especializado (AEE) da Rede Estadual de Ensino de São Paulo, que também avaliaram objetivamente o instrumento por meio da escala Likert. Um total de 18 usuários(as) foram submetidos(as) aos testes, sendo 11 estudantes autistas e 7 professores(as) do AEE”, completa Fernanda, que foi orientada no mestrado no ICT/Unifesp pelo professor Carlos Marcelo Gurjão de Godoy.

Após a aplicação do questionário aos(às) professores(as), ela informa que foi obtido um resultado positivo e satisfatório, uma vez que a média geral foi de 9,71 na escala Likert, que vai de 0 a 10, sendo a classificação entre 9 e 10 considerada como “ótima”. Três das 8 questões da escala Likert tiveram média 10,0 (organização das informações na tela; aplicação do aplicativo como contribuição à prática pedagógica dos/as professores/as do AEE; contribuição com o processo de aprendizagem dos/as estudantes). A menor média, que foi de 9,29, ocorreu para apenas uma questão (execução das tarefas - formato).

“Os resultados mostraram que, além de auxiliar os(as) próprios(as) autistas, contribuindo para a concentração, foco e interesse dos(as) estudantes, o aplicativo desenvolvido também auxiliou os(as) professores(as) especialistas em sua prática pedagógica. Assim, concluímos que o aplicativo, como recurso tecnológico inovador, auxilia no desenvolvimento de situações que envolvem a parte cognitiva por meio da utilização de atividades lúdico-didáticas como facilitadoras para a motivação da concentração e raciocínio lógico de estudantes autistas”, ressalta Fernanda.

O aplicativo foi, primeiramente, programado apenas para a utilização no Atendimento Educacional Especializado (AEE) e ainda precisará passar por atualizações para estar disponível ao público.

A pesquisa de mestrado pode ser acessada na íntegra neste link