Entramos no último semestre de nossa gestão. Coerentes com o princípio de transparência que sempre marcou nossa trajetória, apresentamos aqui uma análise do que foram esses últimos anos de Unifesp. O raio-X da gestão que você verá nas próximas páginas é uma prestação de contas, cujo objetivo maior é contribuir para que nossa comunidade acadêmica se aproprie da história recente que construímos juntos.
Nossa gestão atravessou um período delicadíssimo na história do país, com uma crise econômica e política que se tornou um grande obstáculo aos nossos avanços. Finalizado em 2013 o período áureo de expansão das universidades federais, em que recursos não faltaram, entramos em um momento inverso caracterizado pela forte contenção orçamentária. Em meio à impressão de crescente descrédito generalizado sobre as instituições públicas, principalmente em razão de escândalos divulgados na mídia, trabalhamos e zelamos para manter a Unifesp em um patamar de qualidade compatível com sua missão e de profundo reconhecimento pela sociedade.
Só pudemos lidar com as limitações orçamentárias a partir de um trabalho genuinamente colaborativo de planejamento e execução entre a Reitoria e as direções dos campi. Portanto, ao longo desses anos lidamos com uma série de desafios importantes, tanto internos como externos.
No início do mandato, promovemos uma inadiável reorganização administrativa com vistas à melhoria da governança institucional e de sua eficiência. Ampliamos a participação da comunidade nas decisões sobre os rumos da Unifesp, criando o Conselho de Planejamento e a Pró-Reitoria de Gestão com Pessoas e seu respectivo conselho. Esses dois conselhos foram concebidos com o conceito de composição paritária, algo inédito até então na Unifesp. Realinhamos as atribuições da Pró-Reitoria de Administração e criamos as câmaras técnicas, que são importantes fóruns de decisões administrativas com a participação das direções dos campi e de seu corpo técnico especializado, implementando um processo de descentralização de forma segura e responsável.
Contratamos e preparamos os planos diretores de infraestrutura (PDInfra), que se tornaram um novo paradigma de planejamento em nossa universidade e até mesmo despertaram o interesse de outras instituições. Também reestruturamos o Comitê Gestor do Hospital São Paulo/ Hospital Universitário, de forma a tornar a Unifesp efetivamente protagonista de sua condução. Iniciamos a implementação da jornada flexibilizada dos servidores (30 horas) com planejamento para torná-la uma conquista irrevogável. E conduzimos a reforma do Estatuto e Regimento da Unifesp para atualizar a estrutura de decisões e de organização.
No campo acadêmico, apoiamos e organizamos diversos eventos integradores do ensino, pesquisa e extensão, fortalecemos as câmaras acadêmicas nos campi, buscamos melhorar a infraestrutura dedicada, contratamos mais técnicos administrativos em educação e docentes, incorporamos definitivamente a cultura nas ações da Unifesp e iniciamos a construção do Plano Pedagógico-Institucional (PPI) de forma participativa.
Apesar de a Unifesp ainda ter muito a fazer, verificamos que em 2015 fomos a universidade federal com melhor produtividade no país (produção/docente), fruto do esforço coletivo e da qualidade de nossos pesquisadores, técnicos e alunos. Isso mostra que a Unifesp vai alçar voos ainda mais altos.
Nesses últimos anos vimos a Unifesp se transformar. Definitivamente rumou para a identidade de uma universidade multitemática e mais integrada, o que verificamos inclusive com a criação de programas de pós-graduação intercampi. Sabemos que essa identidade ainda está em construção, mas reconhecemos que hoje temos o alicerce firmado para atingir esse objetivo.
Não foram anos fáceis, mas também pudemos celebrar conquistas para nós e para a sociedade. Isso sinaliza que temos definitivamente uma nova Unifesp, com mais democracia e mais espaço para a diversidade.