Unifesp evidencia sua capacidade para sediar e realizar grandes eventos

foto de joão bosco ao microfone

João Bosco Pesquero, biológo molecular e professor do Departamento de Biofísica da EPM/Unifesp, integrou o comitê local de organização do Icsemis 2016. Para ele o esforço e dedicação dos docentes, técnicos e estudantes da Unifesp e de universidades parceiras fizeram do congresso um grande sucesso de público e de qualidade na produção científica.

Pesquero afirma que o que torna o congresso o maior e mais importante em nível mundial é a sua interdisciplinaridade e a presença de pesquisadores e profissionais de todo o globo. “O evento tem grande impacto sobre a população mundial, não apenas aos atletas profissionais ou amadores. O principal objetivo é aliar a Educação, Medicina e Ciências do Esporte em prol da saúde e do atleta, bem como incentivar à prática de atividade física”, comentou.

O professor também afirmou que a realização do Icsemis 2016 no Brasil foi uma forma importante de desenvolver e consolidar a ciência esportiva no país. A troca de conhecimento e colaborações entre profissionais brasileiros e estrangeiros promoveram um saber científico importante para o desenvolvimento do esporte.

De acordo com a sua avaliação, o congresso foi um marco extremamente importante para a Unifesp, pois evidenciou o potencial e a capacidade da universidade para realizar grandes tarefas com qualidade e determinação. “Pelo fato de ser uma instituição acadêmica de excelência e uma universidade norteada pela interdisciplinaridade associada à excelência em pesquisa e recursos humanos, a universidade reuniu condições de ser protagonista nesse processo”.

Ao analisar a importância de aliar o saber ao esporte, ele finaliza: “Grandes eventos não se fazem apenas com arenas bonitas, atletas na plenitude de sua performance ou arquibancadas cheias, mas com a possibilidade de consolidar uma cultura esportiva permeada pela ciência”.

Participantes

Foto de Soraj Habib sorrindo

Soraj Habib (23) nasceu no Afeganistão, onde cresceu ao lado de sua família. Aos nove anos de idade, quando participava de um piquenique com alguns parentes, viu um cano amarelo no campo e pegou o objeto para brincar com alguns amigos. O artigo era uma granada que, em poucos segundos, explodiu em suas mãos. Um dos seus primos morreu no acidente e ele perdeu as duas pernas e o dedo de uma das mãos. Os anos seguintes foram muito difíceis para ele, que não teve mais amigos, pois as crianças da sua idade não queriam brincar com um cadeirante. Como a cidade não tem mobilidade para pessoas com deficiência, dependia de ajuda para se locomover e, por isso, saía bem pouco de casa.

Aos 15 anos Soraj mudou-se para a Austrália para aprimorar o inglês e também para ser mais independente, já que o país possui melhores condições de acessibilidade. Sua família nunca conseguiu sair do país, por isso, não os vê há oito anos. Vive sozinho no país da Oceania como refugiado. Mesmo tendo passado por todas essas situações, ele segue otimista quanto à pacificação de sua terra natal, para que possa ver seus amigos e parentes. Ele espera também que a política de refugiados na Austrália permita sua permanência e, principalmente, que possibilite a mudança de sua família.

Apaixonado pelo futebol brasileiro, o rapaz dedica sua vida ao esporte. Atualmente ele estuda Serviço Comunitário com foco em pessoas com deficiência e é jogador da liga australiana de basquete em cadeira de rodas com o objetivo de disputar uma paralimpíada na modalidade. Em sua primeira participação no Icsemis, ele apresentou um pôster para contar sua história de vida. Também aproveitou a troca de conhecimento dos simpósios e palestras para saber o que tem sido feito ao redor do mundo para ajudar as pessoas com deficiência física.

"No Afeganistão é muito difícil viver por causa das guerras. Mas é ainda pior quando você tem alguma deficiência, pois não há espaços adaptados que facilitem a acessibilidade".

foto de Ligia Bahu, sorrindo

Ligia Bahu (25) é mestranda na Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (EEFE/USP). Atualmente trabalha com nado sincronizado paralímpico e durante o congresso assistiu ao simpósio sobre o tema. Ela também apresentou um pôster sobre ginástica para pessoas com deficiência, que contemplou uma revisão de documentos da Confederação Brasileira de Ginástica e das federações estaduais do Brasil para ver se eles tratam formas de trabalhar os diferentes tipos de ginástica adaptada. Para ela a participação de pessoas de vários lugares do mundo enriquece muito o debate sobre o tema, pois é uma forma de ver várias maneiras de analisar um mesmo fenômeno.

Foto de ALvin Ima sorridente 

Alvin Ima (25), do Canadá, é pesquisador em políticas do esporte com foco no multiculturalismo. Para ele a melhor parte do Icsemis é a interdisciplinaridade, pois o evento contou com a presença de pesquisadores de áreas diferentes falando sobre um mesmo tema. “Posso ver um biofísico, médico, psicólogo do esporte ou sociólogo falando sobre os diversos temas relacionados ao esporte”. Além de participar do congresso, aproveitou a visita ao Brasil para ver alguns amigos e assistir a abertura dos jogos paralímpicos.

foto do Chang Wang sorrindo

O chinês Chang Wang (22) é estudante universitário de Ciências do Esporte em seu país natal. Ele decidiu participar do congresso após ser muito incentivado e recomendado pelos seus professores. Para ele foi ótimo ver como os cientistas de várias partes do mundo enxergam o esporte, ver simpósios e palestras que agregarão à sua carreira e, principalmente, saber como poderá contribuir no futuro para o desenvolvimento do esporte.

foto com Ednah e Francis juntos sorrindo

Ednah (33) desenvolve pesquisas relacionadas à atividade física e deficiência. Francis (47) é graduado em Educação Física e é pesquisador em Ciências do Esporte. Ambos são quenianos e vieram ao Brasil pela primeira vez, especificamente para participar do Icsemis. Eles elogiaram os tópicos dos simpósios e assistiram ao maior número possível de apresentações. Afirmam ter recebido muito conhecimento e que a interdisciplinaridade permitiu ver estudos sobre um mesmo tema sob diversos pontos de vista.

foto de Nadin Nassif sorrindo

O libanês Nadin Nassif (37) apreciou o período de troca de ideias e experiência que o congresso proporcionou. Pesquisador de Políticas do Esporte, ele ficou impressionado com a quantidade de assuntos relacionados à sua área. Ele apresentou um pôster e ficou satisfeito em ver que havia muitas pessoas interessadas no trabalho que ele está fazendo e nos estudos aos quais se dedica.

entrementes 14 2016  Sumário do número 14