A medicalização tem sido alvo de grande preocupação, gerando muitos debates, ações frente ao poder público e articulação com os conhecimentos acadêmicos. Trata-se do processo em que as questões da vida social, sempre complexas, multifatoriais e marcadas pela cultura e pelo tempo histórico, são reduzidas à lógica médica, vinculando aquilo que não está adequado às normas sociais a uma suposta causalidade orgânica, expressa no adoecimento do indivíduo. Assim, questões como os comportamentos não aceitos socialmente, as performances escolares que não atingem as metas das instituições e as conquistas desenvolvimentais que não ocorrem no período estipulado são retiradas de seus contextos, isolados dos determinantes sociais, políticos, históricos e relacionais, passando a ser compreendidos apenas como uma como uma doença, que deve ser tratada.

O evento tem os seguintes objetivos: a) discutir o fenômeno da medicalização da educação e da vida, atentando para os debates acadêmicos e políticos que envolvem a questão; b) partilhar pesquisas e ações no enfrentamento da medicalização da vida, com especial atenção para os processos de patologização dos problemas de escolarização. Tem como público-alvo estudantes de graduação e pós-graduação, docentes, técnicos e trabalhadores das redes de Educação, Saúde e Assistência Social da região da Baixada Santista. Contatá com a participação de docentes da Unifesp Baixada Santista que se dedicam à pesquisa do tema, membros dos Núcleo Baixada Santista e Núcleo Metropolitano São Paulo do Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade e docentes da Universidade de São Paulo, PUC/SP e Instituto Sedes Sapientiae.