Ementa: Entre 1934 e 1938, Freud está obcecado pela controversa imagem de um Moisés que não seria judeu, mas sim egípcio. Quando redige O homem Moisés e a religião monoteísta circunscreve a categoria de estrangeiro que será decisiva para debates contemporâneos da psicanálise e da filosofia anticolonialista e não-identitárias. No curso, a articulação de Freud com Benjamin visará aprofundar o caráter estrangeiro inerente à linguagem da tradução e o lugar em que o estrangeiro se situa, o limiar. Diferente da noção de fronteira, simples divisória identitária entre dois territórios distintos, Benjamin amplia e concede densidade a um lugar de passagem. Analisaremos como desse suposto “não-lugar” nascem outras formas estéticas e éticas. A partir da análise de alguns textos de Walter Benjamin sobre fascismo e modernidade será possível elucidar a vivacidade dos debates anticolonialistas e não-identitários mencionados e observar os meandros da clínica psicanalítica e da política contemporânea, pautada em aspectos identitários de sujeitos suplantados pela lógica unívoca da mercadoria.
Encontros:
- 1º - Dia 2/8: Como a categoria de estrangeiro pode ser definida?
- 2º - Dia 9/8: Limiar como espaço do estrangeiro
- 3º - Dia 16/8: A República de Weimar como lugar do estrangeiro
- 4º - Dia 23/8: Rosa Luxemburgo, uma estrangeira
- 5º - Dia 30/8: Aby Warburg e a temporalidade anacrônica
- 6º - Dia 6/9: Brecht, o gesto épico e a Veffekt
- 7º - Dia 13/9: A palavra estrangeira
- 8º - Dia 20/9: O estrangeiro e sua dimensão política
Serviço:
O estrangeiro em Freud e Walter Benjamin
Com a Prof.ª Dr.ª Alessandra Affortunati Martins
Dia e horário: às segundas-feiras, das 17h30 às 19h30
Inscrições