Segunda, 18 Março 2019 10:27

Professor Elisaldo Carlini recebe título de pesquisador emérito pelo CNPq

O pesquisador da Unifesp disse que receber a honraria, aos 89 anos, “é notável”

Por Matheus Campos

Carlini portal

O professor emérito da Unifesp Elisaldo Carlini, diretor do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), foi selecionado como pesquisador emérito do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), edição 2019. O CNPq contemplou com o título outros nove docentes no Brasil.

O título de pesquisador emérito é fornecido pelo reconhecimento ao conjunto da obra científico-tecnológica e por conta da credibilidade do investigador junto à comunidade científica. Além do título e diploma, o CNPq disponibiliza diárias para participação em congresso científico, no país ou exterior. A cerimônia de premiação ocorrerá em maio, no Rio de Janeiro.

Carlini recebeu a notícia sobre a premiação do CNPq com um carinho especial. “Já obtive outras honrarias em universidades aqui e no exterior, mas esta que recebo agora, aos 89 anos, é notável. O primeiro curso de extensão que eu fiz, após entrar na Escola Paulista de Medicina (EPM), foi promovido pelo CNPq, no Rio de Janeiro, em meados de 1951 ou 1952. Para esse curso, foi convidado o professor espanhol de bioquímica Severo Ochoa, laureado com o Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1959, e foi a partir dele e desse curso que eu tive meu primeiro contato com a pesquisa, começando a entender a importância da ciência”, conta.

Pela influência da Bioquímica, o professor migrou para a Farmacologia, sua principal área de atuação. Justamente pelo impacto da experiência que teve com o curso realizado em 1952, Carlini ressalta a importância de atividades promovidas pelo órgão de fomento à pesquisa do Governo Federal com o objetivo de atrair jovens para o campo científico.

Currículo respeitado dentro e fora do Brasil

O pesquisador possui graduação em Medicina pela EPM/Unifesp (1956) e mestrado em Psicofarmacologia pela Yale University (1962). Atualmente, além de atuar como orientador de mestrado e doutorado do Departamento de Medicina Preventiva da Unifesp, é membro do Expert Advisory Panel on Drug Dependence and Alcohol Problems (7º Mandato) - World Health Organization (WHO), ex-membro do International Narcotic Control Board (INCB), eleito pelo Conselho Econômico Social das Nações Unidas, parecerista do Phytotherapy Research e Journal of Ethnopharmacology e coordenador da Câmara de Assessoramento Técnico Científico da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad).

Mais de meio século atuando como pesquisador, o professor acredita que a pesquisa científica é de suma importância para o desenvolvimento do país. “Ainda luto para que a universidade brasileira e a ciência sejam mais voltadas para a nossa população e feitas com recursos do nosso país, da nossa cultura”, ressalta. “A ciência é factível de ser idealizada com a criatividade brasileira para melhorar o país. Aprendemos coisas novas a todo momento e em todo lugar, e temos muito potencial”, complementa.

Considerado um dos maiores especialistas em entorpecentes do Brasil, e um dos mais respeitados internacionalmente, o professor Carlini estudou os efeitos da maconha e de outras drogas em nível experimental durante toda sua vida profissional.

 

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