Quarta, 03 Junho 2020 11:08

Pesquisa da Unifesp analisa alterações de exames laboratoriais causados pela covid-19

Resultados podem ajudar na adequação do tratamento dos pacientes

Por José Luiz Guerra

Homem paramentado, todo de branco, manipulando tubo de ensaio
(Imagem Ilustrativa)

Um estudo realizado pela Universidade Federal de São Paulo e pelo Hospital Santa Paula busca identificar possíveis associações de exames laboratoriais com as características clínicas, farmacoterapêuticas e prognósticas da covid-19. A pesquisa é desenvolvida com a cooperação do professor do Departamento de Farmacologia da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) - Campus São Paulo, Paulo Caleb, e das farmacêuticas Patrícia Moreira, Anne Karollyne Leite e Carla Fernandes, do Hospital Santa Paula.

Caleb explica que os exames laboratoriais são extremamente essenciais no manejo do paciente hospitalizado com diagnóstico ou suspeita da doença e que, ainda durante o curso da doença, o próprio tratamento farmacológico de suporte pode interferir nos resultados dos exames laboratoriais ou resultar em eventos adversos influenciando a avaliação clínico-laboratorial. “Há evidências robustas que diversos exames são alterados durante o curso desta doença, tais como: parâmetros do hemograma, dímero D, tempo de protrombina e interleucinas. O melhor entendimento da relação destas e de outras variações dos exames nos contextos temporal do curso da doença e dos fármacos envolvidos, poderia indicar marcadores de intervenção, de efetividade ou prognóstico para o cuidado do paciente”, completa.

O estudo iniciou-se na chegada da pandemia no Brasil e pretende ter resultados o mais breve possível. "Desde as primeiras inclusões, observamos que estes pacientes usam diversos fármacos, além dos medicamentos já de uso crônico e que os efeitos farmacológicos podem levar à interações medicamentosas ou eventos adversos. A equipe multiprofissional está atenta nestas possíveis associações com os exames e pronta para discutir alternativas terapêuticas visando reduzir o potencial de interações medicamentosas, agregando valor à segurança do paciente e a efetividade do tratamento”, observaram as farmacêuticas do Hospital Santa Paula.

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