Chegou ao fim, nesta sexta-feira (17/7), a edição 2020 do Congresso Acadêmico da Unifesp, realizada de forma totalmente virtual pela primeira vez, por conta da pandemia de covid-19. Para o encontro, a universidade recebeu quase 26 mil inscrições – um recorde de todas as edições, sendo 47% de público externo. Com o tema Ciência e Universidade: transformações para a sociedade, o congresso reforçou o papel da universidade pública e sua relevância para a pesquisa, ciência e inovação tecnológica e social, principalmente, no atual cenário mundial.
A programação gratuita dos cinco dias de evento foi iniciada com a aula magna comandada pelo médico Drauzio Varella, que destacou, entre outros assuntos, a importância da ciência e da difusão do conhecimento como agentes transformadores da sociedade. Ao longo das mais de 250 horas de conteúdo, transmitidos simultaneamente em seis salas, foram realizadas 62 palestras e mesas, as quais reuniram 261 palestrantes nacionais e internacionais.
Os convidados discutiram temas como distanciamento social e saúde mental, democracia, educação pós-pandemia, futuro das universidades, desigualdades e participação social, experiências internacionais no combate à covid-19, cooperação e inovação social, meio ambiente, racismo, empreendedorismo na universidade, comunicação em tempos de pandemia, entre outros. Além disso, 29 sessões contaram com serviço de tradução em Libras, de forma a garantir a acessibilidade aos deficientes auditivos.
No que tange às apresentações acadêmicas, foram realizadas 110 sessões científicas para apresentar os 1.750 trabalhos que envolveram 6.900 autores e 350 debatedores, números recordes na história do congresso. Na parte cultural, foram realizadas 38 atividades nas mais diversas modalidades, como dança, desenho, fotografia, músicas e vídeos, todas produzidas pela comunidade acadêmica e de forma remota.
Toda a produção do evento demandou o envolvimento de servidores e colaboradores da Reitoria, pró-reitorias, campi e unidades acadêmicas. Para a divulgação, atuaram de forma direta 25 profissionais de Tecnologia da Informação, 17 de Comunicação, além de 200 monitores voluntários.
Balanço final
Com o intuito de fazer um balanço da edição deste ano e dialogar sobre os desafios e resultados da realização do encontro, a mesa Congresso Acadêmico Unifesp 2020: Reinvenção, Inclusão e Qualidade reuniu, no último dia de programação, a reitora e o vice-reitor da Unifesp, Soraya Smaili e Nelson Sass, a presidente da comissão central responsável pela organização do evento, Gabriela de Brelàz, o diretor do Departamento de Comunicação Institucional (DCI/Unifesp), Walter Lima, e a superintendente de Tecnologia da Informação, Lidiane Cristina da Silva.
A reitora agradeceu ao esforço conjunto da Reitoria, dos campi, das escolas e institutos, dos estudantes de graduação e pós-graduação, do hospital universitário e dos setores de Comunicação e Tecnologia da Informação que tornou possível a concretização do evento sob novo formato. Também salientou o grande número de espectadores e da abrangência do público externo: “o alcance destes 25 mil é muito maior... 25 mil equipamentos conectados, provavelmente, mas o alcance dessa marca e o legado das palestras, que depois ficarão disponíveis, são enormes, e este é o papel da universidade”.
Smaili ressaltou a abertura ao debate virtual que foi possível nesta edição. “Tivemos mesas muito inspiradoras, muito debate nos chats, sem agressões verbais, sem situações preocupantes. Ao contrário, tivemos experiências maravilhosas, pessoas participando, fazendo questionamentos e críticas, e isto é muito bom, pois é assim que a universidade tem que ser. Esse é o espaço da diversidade, o espaço das ideias, é o espaço de construção permanente. Não podemos deixar de ter isto nas nossas mentes e nos nossos corações”, comentou a reitora, que também apontou a importância da realização de audiências públicas como mecanismos de escuta para a construção da universidade junto à sociedade.
Já o vice-reitor destacou a reinvenção pela qual a Unifesp teve de passar no atual contexto para a realização do evento: “a universidade foi capaz de, rapidamente, se reunir e dar uma resposta extremamente vigorosa à sociedade. Isso se mostrou no que foi feito antes e durante o congresso, mas também em relação ao enfrentamento dessa pandemia”. Ele apontou a relevância de um evento acadêmico aberto à comunidade externa para a apresentação e construção da educação pública e difusão científica. “Como a sociedade ou as pessoas podem ter uma noção do que se faz na universidade? Tenho a total convicção de que o que aconteceu, ao longo desses dias, foi uma demonstração muito clara de que aquilo que se discutiu em todas as mesas e todos os painéis não foi um discurso hermético de coisas absolutamente distantes do dia-a-dia. As pessoas puderam ouvir declarações muito interessantes, muito inspiradoras, mostrando como pensamentos, como a convergência entre eles – mesmo que, às vezes, divergentes – possibilita a elaboração de um processo civilizatório. Então, foi uma oportunidade de mostrar o quanto o pensamento, o quanto a reunião desses pesquisadores são absolutamente preciosos para toda a nossa sociedade”, declarou Sass.
A presidente da comissão central responsável pela organização do evento comentou: “Foi um privilégio atuar na coordenação do congresso que, este ano, foi inovador e inclusivo. Um novo mundo se abriu. Foi um trabalho desafiador, realizado por um time de pessoas muito comprometidas com a ciência e com as transformações para sociedade. Foram cinco dias intensos e de muito aprendizado". Brelàz agradeceu, ainda, o apoio dos envolvidos na organização do Congresso Acadêmico Unifesp 2020 e a participação de todos aqueles que assistiram ao evento. “Esta é a universidade pública, de qualidade e sócio-referenciada. Esta é a nossa Unifesp!”, completou.