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Estudo coordenado pelo Departamento de Medicina Preventiva da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp), realizado com quase meio milhão de pessoas, em parceria com a Universidade de Wuhan (China), Universidade de Santiago do Chile (Chile) e a Universidade Europeia Miguel de Cervantes (Espanha), mostrou o efeito da intensidade da atividade física na redução da mortalidade. O trabalho foi publicado na renomada revista científica JAMA Internal Medicine no dia 23 de novembro de 2020.
Os benefícios dos exercícios físicos para prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer, são amplamente conhecidos e disseminados. As recomendações sugerem que adultos devem acumular semanalmente, pelo menos, entre 150 e 300 minutos de atividade física de intensidade moderada – caminhadas, deslocamentos a pé ou de bicicleta – ou entre 75 e 150 minutos de atividade física de intensidade vigorosa – corrida, esportes, natação –, ou uma combinação equivalente das intensidades das atividades. No entanto, os benefícios da atividade física vigorosa em relação à moderada na redução da mortalidade ainda são poucos conhecidos.
Nesse sentido, os autores do estudo utilizaram dados do estudo The National Health Interview Survey, uma pesquisa de coorte com mais de 400 mil adultos para investigar se a realização de atividades físicas de intensidade vigorosa promovem maior redução na mortalidade quando comparadas com as moderadas. Para isso, os autores selecionaram adultos que realizavam alguma atividade física na semana e calcularam o percentual do total da atividade física realizados em intensidade vigorosa, variando de 0% a 100%. Nesse indicador, 100% significa que os adultos realizavam apenas atividade físicas de intensidade vigorosa, enquanto 0% apenas atividades físicas de intensidade moderada. Os principais resultados do estudo foram:
- Ambas intensidades de atividades física, moderada e vigorosa, estão associadas com menor mortalidade por doenças cardiovasculares, câncer e todas as causas.
- Para a mesma quantidade (volume) semanal de atividade física, participantes que realizaram um maior percentual do total de atividade física em intensidade vigorosa apresentaram menor mortalidade.
"Por exemplo, adultos que realizaram de 50% a 75% do total de atividade física semanal em intensidade vigorosa tiveram uma redução de 17% na mortalidade por todas as causas, quando comparados aos adultos que realizaram apenas atividades físicas de intensidade moderada", relata o coordenador da pesquisa e professor da Unifesp, Leandro Rezende.