Na próxima quinta-feira (11/3), equipe de pesquisa econômica da Unifesp divulgará os primeiros resultados do levantamento realizado para estudar os impactos da covid-19 sobre as micro e pequenas empresas (MPE's). O estudo será divulgado no Youtube (clique aqui), a partir das 17h.

Em meio à profunda crise econômica causada pela pandemia do coronavírus, as MPE's foram responsáveis por gerar mais de 293 mil novos empregos formais entre janeiro e dezembro de 2020, enquanto que as médias e grandes empresas foram na contramão, extinguindo 193,6 mil postos de trabalho. Graças a elas, o país conseguiu gerar 142,7 mil novos postos de trabalho, em 2020. Os dados da pesquisa mostraram que cerca de 57% dos proprietários(as) das pequenas empresas declararam já ter demitido trabalhadores(as) desde o início da pandemia, e parcela expressiva deverá demitir mais nos próximos meses, com sérios riscos de encerrarem suas atividades.

O estudo se debruçou sobre os diversos programas de apoio ao segmento oferecido nas esferas federal, estadual e municipal e identificou que parcela expressiva dos(as) proprietários(as) de pequenos negócios demonstraram um baixo nível de conhecimento sobre estes (programas que visam à manutenção de emprego e salários e programas de empréstimos a juros baixos ou subsidiados). Fator agravante, quando tomaram conhecimento dos programas encontraram grandes dificuldades para acessarem os recursos, dadas as suas dificuldades em apresentar as garantias contratuais exigidas. Como a crise sanitária parece ainda distante do seu fim, os efeitos das dificuldades enfrentadas por estas empresas continuam a ser sentidos, o que dificulta a retomada da economia.

A pesquisa, coordenada pela professora Luciana Rosa de Souza, do Departamento de Economia da Escola Paulista de Política, Economia e Negócios (Eppen/Unifesp) - Campus Osasco, está sendo realizada no âmbito do Edital MPF/SP e Unifesp, contratado para fim de orientação técnica e produção de dados na garantia de direitos no contexto da pandemia de covid-19. O objetivo é avaliar o uso do orçamento federal no enfrentamento da pandemia, do ponto de vista das medidas de recuperação econômica e complementação de renda, em especial das populações mais vulneráveis, autônomos(as), informais, micro e pequena empresas, analisando como estão sendo empregados os recursos e fundos dirigidos a políticas compensatórias e anticíclicas nos momentos da pandemia.