Por Juliana Cristina
O projeto de extensão Há Braços, criado em 2008 por estudantes do terceiro ano do curso de Medicina da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) - Campus São Paulo, surgiu com o intuito de possibilitar o contato entre graduandos da área da saúde e pacientes internados no Hospital São Paulo, hospital universitário (HSP/HU Unifesp), pensando em desenvolver a empatia e autopercepção dos estudantes e, ao mesmo tempo, diminuir o isolamento e solidão daqueles que estão internados por longos períodos.
A atual responsável pelo projeto, Daisy Maria Machado, chefe da Disciplina de Infectologia Pediátrica e docente do Departamento de Pediatria da EPM/Unifesp, ressalta que “o projeto traz um olhar bem humanizado aos pacientes internados no Hospital São Paulo, uma vez que os estudantes os procuram para conversas ‘além da doença’, principalmente para aqueles que recebem poucas visitas de familiares”.
Estudantes de diferentes cursos da área da saúde – Medicina, Enfermagem, Biomedicina, Fonoaudiologia, entre outros – dividem-se entre alunos iniciantes e alunos guias (há mais tempo no projeto), para transitar pelas enfermarias do hospital, perguntando aos pacientes se gostariam de conversar livremente sobre suas vidas. Machado acredita que há benefícios para os dois lados envolvidos nessa dinâmica. “Há um exercitar comunitário dos participantes do projeto, que provém de suas características. Percebe-se que há benefícios tanto aos pacientes, como aos alunos. Pode-se dizer que os estudantes que vão ao Há Braços já têm esse pendor. Se assim for, eles podem achar nisso a realização de um anseio por ajudar ou conhecer melhor os pacientes enquanto pessoas. Além disso, o HB também ajuda no processo de conflitos internos existenciais dos alunos e no desenvolvimento de empatia pelos pacientes”.
As visitas, realizadas semanalmente antes da pandemia, estão temporariamente suspensas pelo Comitê de Enfrentamento à Covid-19. Em vista disso, o grupo aguarda até que a atual crise sanitária esteja resolvida para que retomem às atividades presenciais, enquanto realizam atividades de maneira remota (on-line), abertas à comunidade, como palestras e discussões relacionadas a diversos temas ligados à saúde.
Para saber mais sobre o projeto e conhecer algumas das atividades desenvolvidas, acesse aqui.