Terça, 25 Janeiro 2022 09:01

Unifesp oferece atendimento multiprofissional a pessoas transexuais, travestis e intersexo

Por Daniel Patini

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O Núcleo de Estudos, Pesquisa, Extensão e Assistência à Pessoa Trans Professor Roberto Farina da Universidade Federal de São Paulo (Núcleo TransUnifesp - NTU) atua desde março de 2017 com o objetivo de oferecer assistência multiprofissional de saúde e promover o bem-estar das pessoas transexuais, travestis e intersexo, possibilitando assim um cuidado diferenciado e humanizado a essa população.

Mais do que isso, segundo relata a professora Renata Azevedo, coordenadora-geral do NTU, tem como missão a produção de conhecimentos e a busca pelas melhores evidências científicas de cuidados em saúde e promoção da cidadania desses indivíduos, por meio de atividades de ensino, pesquisa, extensão e assistência. "O núcleo busca ser uma das referências de ambiente acadêmico transformador social, articulando sociedade civil, profissionais de pesquisa, da saúde, do direito e demais áreas afins, e desenvolvendo as melhores práticas e políticas de saúde para a população trans, travesti e intersexo", complementa.

Desde sua inauguração até outubro de 2021 (mês mais recente com dados atualizados), o NTU realizou cerca de 4.200 atendimentos, sendo mais de 100 procedimentos cirúrgicos (mamoplastias masculinizadoras), um implante de prótese mamária e uma histerectomia (remoção do útero para projeto de pesquisa com preservação de gametas). A equipe é formada por docentes, pesquisadoras(es) e profissionais voluntárias(os) das seguintes áreas: Clínica Médica, Cirurgia Plástica, Endocrinologia, Enfermagem, Fonoaudiologia, Ginecologia, Medicina de Família e Comunidade, Nutrição, Psicologia, Psiquiatria, Serviço Social e Urologia.

"Cuidamos da saúde da população LGBTQIA+, especialmente trans, travesti e intersexo, reconhecendo a autonomia do sujeito, a não patologização das identidades e a singularização do cuidado – do acolhimento à abordagem clínica e cirúrgica. Aprendemos a partir de evidências científicas e do diálogo com o ativismo trans e intersexo e ensinamos dentro da perspectiva humanista, empática, crítica, laica e ativamente compartilhada na forma de produção de conhecimento plural, sociopolítico e científico sobre transgeneridade, transexualidade, travestilidade e intersexualidade politicamente pelos direitos de essas pessoas existirem e viverem bem, especialmente para a erradicação da LGBTQIA+fobia", enfatiza a coordenadora-geral do NTU.

Sobre o perfil da população atendida pelo ambulatório do NTU, dados informados no acolhimento indicam que 48% dela tem entre 18 e 29 anos, 70% é composta por solteiras(os), 78% possui ensino médio completo, 87% apresenta demanda para alguma cirurgia, 52% fez hormonização prévia sem supervisão – também conhecida por terapia hormonal ou hormonioterapia – e quase metade (49%) é da cidade de São Paulo. Vale ressaltar que, em outubro de 2020, o NTU tornou-se um órgão complementar da Unifesp, conquista importante que permite ao núcleo desenvolver ações de maior abrangência, além de dar maior autonomia a ele.

O que fazer para ser atendida(o) no ambulatório do Núcleo TransUnifesp?

A equipe do ambulatório do Núcleo TransUnifesp somente atende usuárias(os) do Sistema Único de Saúde (SUS), com mais de 18 anos, por meio de encaminhamento realizado pela Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde (CROSS) do SUS. Para isso, busque uma das Unidades Básicas de Saúde (UBS) de sua região de domicílio e apresente suas demandas de saúde. A partir do atendimento na UBS da sua região, você poderá ser indicada(o) para uma UBS que ofereça hormonização, quando desejada, ou encaminhada(o) para um centro especializado. O ambulatório está localizado na Rua Napoleão de Barros, 859 - Vila Clementino, em São Paulo/SP. Mais informações aqui.

Dia Nacional da Visibilidade Trans

Comemorado em 29 de janeiro, o Dia Nacional da Visibilidade Trans foi instituído em 2004 com o intuito de promover reflexões sobre a diversidade de gênero e incentivar a criação de políticas públicas que garantam respeito às pessoas transgêneras, as quais representam, aproximadamente, 2% da população brasileira, de acordo com estimativas da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA).

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Participação do Núcleo TransUnifesp no Dia da Visibilidade Trans 2020: Seminário sobre saúde, trabalho, direitos e inclusão social da população trans, realizado em Brasília (Obs.: evento realizado antes da pandemia de covid-19)

Lido 5083 vezes Última modificação em Terça, 02 Abril 2024 14:03

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