Por Juliana Cristina
O projeto de extensão Na Ponta da Língua: Linguagem e Transtornos Associados!, vinculado à Liga Acadêmica de Linguagem e Transtornos Associados (LALT) do curso de Fonoaudiologia da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) - Campus São Paulo, é voltado para graduandos(as) de diferentes cursos com interesse em aprimorar conhecimentos sobre linguagem e seus desdobramentos. Formado por estudantes membros da LALT, o projeto foi criado em 2020 com objetivo de agrupar, desenvolver e publicar materiais informativos que abordem a questão desenvolvimento da linguagem e estabeleçam relação com os temas ministrados nas aulas da liga. O projeto também tem como proposta promover eventos, ações e campanhas de conscientização relacionadas à área, através das mídias sociais.
Marina Leite Puglisi, docente do Departamento de Fonoaudiologia, preceptora da LALT e coordenadora do projeto, comenta que "a proposta surgiu durante a pandemia na tentativa de trazer uma atividade prática aos alunos. Julgamos que o formato mais acessível, já que não poderia ser presencial, seria divulgarmos utilizando as redes sociais. A proposta da liga é bastante completa, porque os alunos têm aulas temáticas, rodando em diferentes módulos, que trabalham mais de um tema, e têm o projeto como atividade prática que, mesmo passando pela nossa curadoria, são eles quem desenvolvem o material".
Os temas trabalhados pelo Na Ponta da Língua: Linguagem e Transtornos Associados! são propostos e organizados dentro de um conteúdo programático no início do ano, para que o projeto seja conduzido a partir disso, e gerenciados pensando tanto nas aulas ministradas na LALT quanto nos temas gerais Linguagem na Educação Infantil, Transtornos do Neurodesenvolvimento, Transtornos Neurológicos Adquiridos e Linguagem na Senescência e Senilidade. Puglisi ressalta: “esses grandes temas sempre existem, e os módulos são divididos dessa forma. Agora, o que falamos dentro de cada módulo, depende do ano, de como a temática caminha e dos convidados externos que trazemos. Então, esses temas são mais abrangentes, fixos, mas a temática de cada post ou conteúdo específico varia”. O projeto também procura seguir campanhas de datas ligadas à Fonoaudiologia, como Campanha do Transtorno do Desenvolvimento da Linguagem, Gagueira, etc. Nathane Sanches Marques Silva, copreceptora da LALT, destaca: "além de informativos, também fizemos alguns materiais para treinamento, publicamos dicas sobre leitura e escrita para professores de educação infantil e um informativo sobre senilidade e senescência".
Atualmente, os conteúdos produzidos pelos(as) estudantes são publicados sobretudo no Instagram, rede na qual encontraram uma forma de atingir não apenas profissionais da área da saúde, como também pais, professores e a sociedade em geral. "No fundo, o projeto é uma concretização da interligação entre as atividades; ele ajuda a relacionar estudantes que estão passando por aquele tipo de conteúdo e agregar para que todos contribuam com o conhecimento do outro. No fim das contas, se beneficiam desde os fonoaudiólogos, até outros profissionais, pais e a população em geral”, evidencia Puglisi.
As organizadoras destacam a importância da vivência e aprendizado adquiridos no projeto para que os estudantes saibam como orientar e transmitir informações para a população de forma mais simples e acessível. Flávia Cardoso, diretora da LALT e discente do terceiro ano do curso de Fonoaudiologia, comenta: “falando como aluna, vi que nossa postura mudou, trouxe esse conhecimento de como fazer orientação de um jeito diferente. E isso também é um reflexo para a sociedade, pensando no quanto estamos ajudando e trazendo recursos para as pessoas, mostrando que dá para conversar de um jeito mais fácil sobre assuntos difíceis".
Puglisi aponta sua percepção a respeito da universidade estar vivendo uma "fase de transição e entendimento de que a sociedade deve ser incluída nas propostas da instituição". Como docente, ressalta: “vejo que muitas das atividades e pesquisas acabam ficando focadas apenas no núcleo acadêmico, mas é preciso entender que o papel da universidade é dialogar e incluir a sociedade nas propostas. Esse tipo de projeto, que engaja o aluno e provoca interação com o público em geral, é um ensinamento para todos. É um treinamento técnico, mas, mais do que isso, é uma forma dos alunos entenderem suas funções dentro da universidade. Fico feliz em ver os desdobramentos do projeto, e acho que precisamos pensar cada vez mais em como ampliá-lo e fortalecê-lo para engajar cada vez mais pessoas.
Para acompanhar o projeto Na Ponta da Língua: Linguagem e Transtornos Associados! e conhecer os conteúdos já produzidos, acesse aqui.