Por Paula Garcia
O curso on-line Cuidados com Pessoas Privada de Liberdade é uma das ações do projeto
O projeto Atenção aos Jovens Privados de Liberdade: Intervenções Educativas na Fundação Casa foi proposto no começo de 2022 por estudantes do Campus São Paulo da Unifesp, afim de expandir para além da universidade e comunidades próximas a área de atuação do programa extensionista Voluntariado EPM. A iniciativa permite ainda agregar conhecimento sobre esse tipo de cuidado, na formação dos(as) voluntários(as) pertencentes aos cursos de Medicina, Enfermagem, Fonoaudiologia e Biomedicina.
Teve início com o planejamento dos seguintes eixos educativos: saúde sexual feminina e masculina; prevenção do uso abusivo de drogas para mulheres e para homens; e a capacitação de profissionais em contato com esses(as) jovens, visando à continuação das intervenções sugeridas e estabelecendo um vínculo longínquo com os(as) adolescentes internados(as), intencionando o melhor desempenho das atividades propostas.
“Desde o mês de abril, tivemos a oportunidade de estar presente na sede da Fundação Casa, ouvindo as demandas que a direção determinou como pertinentes e construindo projetos de intervenções educativas que serão aplicadas por nossos(as) voluntários(as), sob a supervisão da instituição e dos(as) docentes da Unifesp envolvidos(as) com o voluntariado”, conta Pietra Giulia de Oliveira Murer, estudante de Medicina e uma das coordenadoras do projeto.
Os(as) participantes do trabalho estiveram presentes em uma unidade de internação feminina e outra masculina, onde tiveram a oportunidade de entender sobre a realidade desses(as) adolescentes, como também dos(as) funcionários(as) que ali trabalham. Foram apontados grande incidência de jovens gestantes e puérperas internadas e números preocupantes de jovens dependentes de drogas.
Diante desse cenário, os(as) voluntários(as) têm a possibilidade de ensinar a esses(as) jovens o conhecimento que foi negligenciado durante a sua educação, isto é, a anatomia do corpo, os cuidados que ele demanda, as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), o processo de gravidez e a vida após ela. “É importante ressaltar que vemos muita importância em ensinar o mesmo que ensinamos às meninas para os meninos, porém, adaptados às suas realidades diante da sociedade. Assim, saindo dessas rodas de conversa teremos adolescentes conscientes sobre seus corpos e limites, que se sentem confiantes para passar esse conhecimento adiante. Não obstante, também observamos nessas intervenções a oportunidade de diminuir a incidência de gravidez na adolescência, ISTs e uso de drogas”, afirma Murer.
Até o momento, foi desenvolvido um curso on-line sobre o cuidado com a pessoa privada de liberdade, destinado a profissionais da saúde e estudantes, bem como estão sendo produzidos os materiais educativos que serão utilizados nas atividades presenciais, previstas para o começo de 2023.
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