O Conselho Universitário (Consu) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), órgão superior da instituição, aprovou no dia 11 de março (quarta-feira) a Política de Excelência em Sustentabilidade Ambiental, denominado 'Pensa Unifesp'. A iniciativa emerge da necessidade de posicionamento institucional para a promoção do desenvolvimento sustentável, uma demanda já prevista em legislação específica e que se tornou crucial para o combate de crises ambientais - a exemplo da hídrica.
Esta política ambiental, que norteará a atuação do Departamento de Gestão e Segurança Ambiental (DGA), consiste em um conjunto amplo e detalhado de princípios e diretrizes: abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e globais; educação ambiental em todos os níveis e modalidades de ensino; incentivo à participação individual e coletiva na defesa e preservação do meio ambiente; garantia de acesso às informações ambientais e de participação democrática em todos os segmentos da gestão ambiental; gestão racional e sustentável dos recursos naturais e bens de serviços utilizados pela universidade.
A professora Simone Georges El Khouri Miraglia, diretora do DGA, explica que o principal objetivo da política é atuar no enfrentamento de desafios relacionados à administração da água, de resíduos, áreas verdes e energia, uma realidade possível graças à educação ambiental. “É fundamental que a consciência seja incorporada ao planejamento institucional, para que a cooperação envolva todos os departamentos da universidade, outras instituições públicas e privadas e, por fim, a própria sociedade.”
Para atingir metas, que serão definidas à medida que surgirem os primeiros resultados, o departamento ficará responsável pela supervisão das ações, cumprindo e fazendo cumprir normas e legislação federal específica; os manuais de boas práticas são a principal ferramenta para a propagação destas ideias. "Elaboramos um manual para administração de água e outro para economia de energia, por serem demandas emergenciais. Mas pretendemos ampliar para outras frentes de trabalho", ressalta Simone, cuja expectativa é que seja promovido o debate democrático sobre o assunto.
Da legislação à prática
A legislação ambiental brasileira é ampla e considerada uma das mais completas do mundo. As ações do DGA da Unifesp são hoje norteadas pela Política Nacional de Educação Ambiental (Lei 9795/1999); pela Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6938/1981); pelo Estatuto da Unifesp e; por artigos da Constituição Federal dedicados ao meio ambiente ou a ele vinculados.
Do macro ao micro, os manuais de boas práticas para economia de água e energia consideram pequenas atitudes que levam a grandes resultados; por isso, o uso de lâmpadas, ar-condicionado, equipamentos de informática, elevadores e outros sistemas deve ser racionalizado. A administração da água, por sua vez, envolve sua reutilização sempre que possível.
A intenção a longo prazo é que os campi da Unifesp alcancem o patamar da nova unidade do Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT), localizada no Parque Tecnológico, em São José dos Campos. O prédio já conta com uma Estação de Tratamento de Águas Pluviais (ETAP) concebida juntamente com a construção da unidade, integrando o projeto original dos edifícios.