No último dia 28 de agosto, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) recebeu o evento de lançamento do Laboratório de Tecnologia em Memória e Direitos Humanos (Lab-MDH) da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. Na ocasião estiveram presentes a reitora da Unifesp, Soraya Smaili, o presidente da Comissão de Anistia, Dr. Paulo Abrão, o secretário-adjunto de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo (SMDHC), Rogério Sottili, e a presidente da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), Maria Eugênia Gonzaga.
O Lab-MDH é uma plataforma que permite a coleta, tratamento, armazenamento e análise de dados, e terá os objetivos de apoiar pesquisas, constituir um banco de dados público e incentivar a produção e a divulgação de conhecimento sobre memória e direitos humanos. O Grupo de Trabalho Perus (GTP), do qual fazem parte instituições como a Unifesp, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) e a SMDHC, participou do desenvolvimento da ferramenta, por meio do fornecimento de dados relativos às análises das ossadas encontradas na vala clandestina do Cemitério João Bosco, no bairro de Perus.
A reitora Soraya Smaili, na abertura da mesa, falou sobre a alegria de receber o lançamento do Lab-MDH. “Queremos abrir a atividade com sentimento de acolhimento, de alegria e entusiasmo por mais uma iniciativa. Nosso engajamento pela luta dos direitos humanos teve início com a criação da Comissão da Verdade Marcos Lindemberg, em 2013. Depois criamos o Centro de Arqueologia e Antropologia Forense (CAAF), e seguimos dedicados no processo de identificação das ossadas de Perus. Nosso pleito atual é a instalação permanente do laboratório, pois a política de desaparecimento perdura nos dias atuais. A ideia é, também, criar um curso de especialização e transformar o espaço em um centro de pesquisa e formação”.
O Dr. Paulo Abrão, presidente da Comissão de Anistia, parabenizou a Unifesp e demais instituições envolvidas. “Temos aqui a SDH/PR, SMDHC e a Unifesp como uma instituição que está ajudando a catalisar tudo isso. Historicamente nossas universidades sequer colocam-se a serviço das melhores agendas de transformação social. A Unifesp tem servido como espaço acadêmico diferenciado”. Dr. Abrão finalizou seu discurso ressaltando a importância do GTP. “O trabalho realizado pelo grupo é uma ferramenta de esperança para milhares de familiares que têm mil razões para acreditar que não vai acontecer nada, e por isso quero parabenizá-los”.
Soraya Smaili concluiu exaltando o objetivo da Unifesp. “Em se tratando de direitos humanos, não podemos andar para trás. Não queremos apenas evitar retrocessos, nós queremos avançar”.