Por José Luiz Guerra
Em evento realizado no dia 6 de maio no terreno onde será instalado o Instituto das Cidades da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – Campus Zona Leste, o Ministério da Educação (MEC) anunciou a liberação de 77 vagas para contratação de servidores, sendo 30 docentes e 47 técnico-administrativos em educação (TAEs) que atuarão no local.
Entretanto, o decreto que garantiria a abertura das vagas não foi publicado pelo MEC antes da saída de Aloizio Mercadante da pasta. As vagas anunciadas no ato eram parte da pactuação assinada em 2014, que previa a contratação 159 docentes e 185 técnicos-administrativos em educação para atuarem no Instituto das Cidades. Sendo assim, a Unifesp retomará as negociações com o novo ministro da Educação, a fim de garantir a oferta dos cursos de graduação contemplados no projeto político-pedagógico do campus.
Aprovado por unanimidade pelo Conselho Universitário da Unifesp, o Instituto das Cidades (Campus Zona Leste) abrigará em sua primeira fase os cursos de Administração Pública, Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Ambiental e Sanitária, Engenharia Civil e Geografia (bacharelado e licenciatura).
Do evento, convocado pelo Movimento pela Universidade Federal na Zona Leste, participaram o presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), Newton Lima, que representou o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad e sua vice, Nádia Campeão, a reitora da Unifesp, Soraya Smaili, além de deputados estaduais, federais, vereadores, subprefeitos e lideranças comunitárias da Zona Leste da cidade.
Em seu discurso, Soraya Smaili afirmou que o dia foi de festa para aqueles que lutaram para a chegada da Unifesp na Zona Leste, mas ressaltou que o processo de construção é feito passo a passo. “Parece que os nossos passos são curtos, mas eles garantirão toda a estrutura necessária para a abertura do campus e cada um desses passos deve ser celebrado”. A reitora agradeceu o apoio recebido da Prefeitura, do Governo Federal e dos movimentos sociais da região e enalteceu o trabalho da Pró-reitoria de Planejamento como um dos setores responsáveis pela viabilização do projeto.
A reitora falou também sobre as atividades de extensão que serão realizadas no local, beneficiando a comunidade, como a Escola da Cidadania, Observatório de Políticas Públicas, Centro de Memória da Zona Leste, Mais Cultura nas Escolas, Universidade Aberta do Brasil, Memorial do Refugiado e uma especialização em Gestão Cultural, entre outras atividades. “Já entregamos nosso programa de extensão para a Secretaria de Educação e poderemos oferecê-los ainda este ano”, completou Soraya.
Newton Lima falou da importância da realização do evento e da mobilização permanente promovida pelo Padre Ticão, líder do movimento social que luta pela universidade pública na Zona Leste. “Um ato como esse não cai do céu: ele é construído com muita luta, liderança política e força da comunidade”. Lima relembrou o processo de expansão das universidades federais, especialmente o da Unifesp, já considerando o Campus Zona Leste como mais um campus em funcionamento da instituição. “Isso é fruto de muita luta”, completou.
Fernando Haddad cumprimentou as autoridades e a comunidade presentes no ato e afirmou que os investimentos em educação e em saúde são fundamentais para o desenvolvimento do país. Ele também relembrou o processo de expansão das instituições federais, do qual participou enquanto foi ministro da Educação, entre 2005 e 2012 e citou a Unifesp como exemplo. “Em 2005 a Unifesp tinha 5 cursos de graduação e 1.200 alunos. Hoje são 60 cursos, com 12 mil estudantes”. Haddad concluiu sua fala ressaltando a importância da participação popular na política. “Somente ouvindo a sociedade é que poderemos mudar nossa cidade e nosso país”.
Após o ato, as autoridades e os demais presentes visitaram as instalações iniciais do campus, que passam por reformas para adaptação das atividades de extensão universitária. O Prefeito prometeu apoio nas obras das edificações definitivas, começando com as áreas de esportes, que possam ser utilizadas pela comunidade.
*Nota da Reitoria: Apesar de ato realizado no terreno no dia 6 de maio, em que MEC assumiu compromisso de liberação de 77 vagas pactuadas em 2014 de professores e técnicos, o Ministro Aloizio Mercadante deixou o cargo sem publicar o decreto prometido, que indicaria as vagas e autorizaria os concursos. Com isso, o Campus Zona Leste manterá apenas atividades de Extensão universitária. A Unifesp retomará negociações com o novo governo a respeito das vagas e obras de implantação do Campus e seu Instituto das Cidades.