Por Mariane Santos
https://unifesp.br/boletins-anteriores/item/2690-universidade-debate-violencia-de-estado-durante-seminario-internacional#sigFreeId243cc67162
Pesquisadores, militantes, membros e ex-membros do Estado ou governo, docentes, alunos e convidados especiais marcaram presença na tarde de segunda-feira (27/3), na Unifesp, durante a abertura do Seminário Internacional sobre Violência de Estado – Direitos Humanos, Justiça de Transição e Antropologia Forense.
A mesa de abertura foi composta por Maria José da Silva Fernandes, chefe de gabinete da reitoria da Unifesp, representando a reitora Soraya Smaili; Renata Ramalhosa, representante da Embaixada Britânica no Brasil; Martin Dowle, representante do Conselho Britânico; Eugênia Augusta Gonzaga, presidente da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos; Thiago Amparo, secretário-adjunto de Direitos Humanos e Cidadania do município de São Paulo; e Flávia Piovesan, secretária especial de Direitos Humanos.
Todos tiveram a oportunidade de falar sobre o trabalho realizado e os resultados obtidos visando a pesquisa e o desenvolvimento no campo da justiça de transição e da antropologia forense para desvendar a verdade sobre as graves violações de direitos humanos.
Amparo destacou a importância de desmantelar as estruturas legais e administrativas que permitem a violação e a perpetuação da impunidade. Falou ainda do trabalho que a Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania do município vem desempenhando e a importância do empenho de outras secretarias em conjunto com movimentos e universidades para derrubar as estruturas de violência do Estado.
Flávia Piovesan salientou o valor do seminário, resultado de uma parceria institucional, envolvendo a Unifesp e o Centro de Antropologia e Arqueologia Forense CAAF. “Louvo essa iniciativa por acreditar no direito, na verdade, na justiça de transição, direito a reformas institucionais e direito a reparação. Fiquei impressionada por ter ido duas vezes ao CAAF e testemunhado do trabalho extraordinário e pioneiro realizado e a todo o desafio da antropologia forense”.
“Se não fosse a criação desse centro, nós estaríamos com muitas dificuldades nas análises. Vamos conseguir continuar avançando e continuar na busca dos desaparecidos políticos. Nossa necessidade brasileira é muito maior”, explicou Eugênia. Ela ainda falou das buscas na região do Araguaia, Cemitério Petrópolis e Vila Formosa e destacou a importância da criação de órgãos autônomos de perícia.
“Espero que essa parceria entre Unifesp e a Universidade de Oxford seja um ponto vetor da erradicação e dê subsídios e ferramentas para isso. É um tema de extrema relevância e reforço nosso empenho”, ressaltou Renata.
Maria José finalizou a solenidade ressaltando o comprometimento da universidade com a criação do CAAF. “O centro surge pela junção de profissionais da área de antropologia, arqueologia, ciências políticas, história, saúde, por multiprofissionais interessados em direitos humanos. Houve uma grande discussão sobre a necessidade desse local e a Unifesp ganhou desafios com isso. O objetivo é se tornar referência e a universidade tem investido muitos esforços para garantir sua expressão”.