Por Ana Cristina Cocolo
Na manhã da quarta-feira, 16 de agosto, a reitora da Unifesp, Soraya Smaili, juntamente com representantes do Conselho Gestor e da Diretoria do Hospital São Paulo, hospital universitário da Unifesp (HSP/HU/Unifesp), participou de audiência pública organizada pela Associação dos Docentes da Unifesp (Adunifesp), que ocorreu no Anfiteatro Leitão da Cunha, no Campus São Paulo.
A audiência, solicitada há algumas semanas, teve o intuito de esclarecer a comunidade acadêmica sobre a situação atual do HSP/HU/Unifesp e sobre os desdobramentos das negociações junto com os Ministérios da Saúde e da Educação nos últimos quatro meses. Tais negociações referem-se aos recursos do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), suspensos para o hospital no início do ano, sem prévio aviso. A principal alegação do Ministro da Saúde, Ricardo Barros, nesse caso, é que o HSP/HU/Unifesp não é um hospital universitário, afirmação essa, rebatida veementemente – com base jurídica – pela gestão da Unifesp e do Hospital.
Soraya Smaili abriu o encontro com a notícia da liberação, na tarde da terça-feira, 15 de agosto, de uma verba de R$ 10,8 milhões pelo Ministério da Educação (MEC) ao hospital, o que trará um certo alívio às atividades de ensino e pesquisa desenvolvidos dentro da instituição.
A reitora esclareceu, no entanto, que as tratativas com o Ministério da Saúde (MS), sobre a questão do Rehuf, suspenso por esse órgão em abril, não avançaram e que, no próximo dia 24 de agosto, haverá uma audiência de conciliação, intermediada pela Advocacia-Geral da União, entre a Unifesp, HSP/HU/Unifesp e MS para tentar solucionar essa questão. "Não estamos em uma batalha político-partidária. A universidade é apartidária e nossa histórica parceria com o Ministério da Saúde deve ser mantida de forma republicana, servindo aos interesses da população, que são maiores", afirmou Soraya. "Nós queremos apenas o reconhecimento do que efetivamente somos e de nossa atuação histórica como um centro de excelência na formação de profissionais da saúde e na assistência à população do país."
Apoios e readequações
A reitora assegurou que o entendimento do MEC é que a Unifesp e o Hospital São Paulo são instituições de excelência que precisam ser mantidas. Além disso, a universidade recebeu o apoio dos deputados federais da bancada paulista para que a conciliação ocorra de forma favorável ao HSP/HU/Unifesp. A Reitoria e os gestores do hospital também estão buscando outras fontes de recursos por meio de convênios assistenciais a junto à Secretaria Municipal de Saúde.
Quanto às readequações necessárias à gestão atual do hospital, que hoje conta com escassos recursos tanto financeiros quanto de pessoal, Rimarcs Gomes Ferreira, presidente do Conselho Gestor do HSP/HU/Unifesp, explicou que foram formados cinco grupos de trabalho responsáveis pela apresentação, em setembro, de um relatório com propostas de melhoria nos seguintes eixos: infraestrutura, gestão de pessoal, assistência e ensino, administração e finanças, além de governança. Esse relatório deverá fornecer diretrizes concretas e importantes para o futuro do HSP/HU/Unifesp.
Após a audiência inicialmente relatada, as entidades seguiram para a realização de uma plenária por meio da qual foram obtidas propostas a respeito não só do hospital como também da atual situação do orçamento de custeio e da política de permanência estudantil na Unifesp.
A Reitoria informou que está trabalhando junto ao MEC e Andifes para que sejam liberados os recursos contingenciados do orçamento de 2017 e para que não haja cortes no orçamento de 2018.
Da esquerda para a direita: José Roberto Ferraro, diretor superintendente do HSP/HU/Unifesp, Rimarcs Ferreira, presidente do
Conselho Gestor do HSP/HU/Unifesp, Soraya Smaili, reitora da Unifesp e Daniel Feldmann, presidente eleito da Adunifesp
Comunidade acadêmica presente na audiência