Por Ana Cristina Cocolo
A abertura do evento contou com as presenças de Isabel Quadros, pró-reitora de Graduação, Antonio Correa Neto, da SeSU/MEC, reitora Soraya Smaili, Fabricio Leonardi, coordenador da CEPEG, e Anderson Rosa, pró-reitor de Assuntos Estudantis
Durante o “III Seminário de Políticas de Permanência na Universidade: Pelo direito à educação superior”, realizado na quinta-feira, 19, foi apresentado à comunidade um histórico com as variações do Perfil Socioeconômico e Cultural dos Ingressantes da Unifesp, entre 2012 e 2017.
O estudo, elaborado pela Comissão de Estudos de Perfil do Estudante de Graduação (CEPEG) – que tem como membros docentes, servidores técnicos administrativos e estudantes –, compreendeu o sistema de cotas e a trajetória escolar dos estudantes dos seis campi da instituição (Baixada Santista, Diadema, Guarulhos, Osasco, São José dos Campos e São Paulo) e fez um comparativo com os dados dos seis últimos anos.
O evento, organizado pela CEPEG, que é vinculada às Pró-Reitorias de Assuntos Estudantis (Prae) e de Graduação (Prograd), contou com a participação do coordenador-geral de Relações Estudantis da Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação (Sesu/MEC), Antonio Correa Neto, e dos professores Mauro Iasi (UFRJ) e Lisete Arelaro (USP).
O histórico dos dados aponta mudanças que comprovam a eficácia dos esforços feitos pela Unifesp para promover a diversidade e a inclusão entre seus estudantes. Justamente com esse objetivo, a política nacional de reserva de vagas adotada pela universidade destinou 50% delas a alunos cotistas nestes dois últimos anos. Dos quase 3 mil ingressantes de graduação em 2017, a maioria tem entre 19 e 21 anos de idade; 56% são mulheres; 31,6% são pretos, pardos ou indígenas; 56% cursaram integralmente a escola pública e 65% possuem renda familiar per capita de até 1,5 salários mínimos (mais detalhes do estudo podem ser visualizados neste link).
Fabrício Leonardi, presidente da CEPEG, abriu o evento ao lado da reitora da Unifesp, Soraya Soubhi Smaili, da pró-reirora de Graduação, Isabel Marian Hartmann Quadros, do pró-reitor de Assuntos Estudantis, Anderson da Silva Rosa, e do coordenador do Sesu/MEC, Antonio Correa. “A ideia do evento foi não só apresentar um minucioso trabalho elaborado por docentes da casa, como também politizar o debate e contextualizar o momento que a universidade pública atravessa diante do cenário nacional de crise econômica e política”, afirmou Leonardi. “É um momento que a universidade precisa refletir e achar estratégias para resistir e avançar na democratização do acesso e do fortalecimento da permanência estudantil, dado o aumento da demanda dos alunos mais vulneráveis economicamente.”
Soraya Smaili, reitora da Unifesp, agradeceu a presença do coordenador do Sesu/MEC e enfatizou a importância de o Ministério estar atento às ações da universidade para atuarem juntos, como parceiros de fato, pela educação superior pública. “Esse estudo e as ações dentro da universidade, fruto de um trabalho de anos e que consolidou a Unifesp como uma das melhores instituições de ensino superior do país, só reforça que é imprescindível que o programa de assistência estudantil se transforme em lei e que seja ampliado e financiado adequadamente”, afirmou. “A Unifesp, assim como todas as federais, precisam de mais recursos de capital, que são corroídos pela inflação, para investir em livros e em laboratórios, que também são instrumentos da permanência e da formação dos estudantes.”
Inclusão ainda maior em 2018
Com a lei 13.409, de 2016, que dispõe sobre a reserva de vagas para pessoas com deficiência nos cursos superiores das instituições federais de ensino, a Unifesp prevê que cerca de 13% das 2.979 vagas (388 vagas) para os cursos de graduação serão reservadas a essa população em 2018.
Atualmente, não há previsão de recursos específicos para o apoio a esses alunos, necessários para a contratação de pessoal de apoio, equipamentos de tecnologia assistiva, reforma das estruturas arquitetônicas, entre outras medidas.
Anderson Rosa falando sobre os dados do perfil socioeconômico e cultural do ingressante