A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) entregará, hoje, formalmente os restos mortais do desaparecido político Dimas Casemiro aos seus familiares. A identificação da ossada foi concluída em 16 de fevereiro de 2018 graças ao trabalho do Grupo de Trabalho Perus (GTP), realizado no Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF).
Instituído em 2014, o GTP atua na análise dos restos mortais encontrados em 1990 no local que ficou conhecido como “vala clandestina de Perus”, no Cemitério Dom Bosco, zona Norte de São Paulo. Fazem parte do grupo o Ministério dos Direitos Humanos, a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo, a Unifesp e a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP).
A confirmação definitiva ocorreu após o GTP ter recebido os resultados de exames de DNA extraídos da primeira remessa de amostras biológicas enviadas para análise genética à International Commission on Missing Persons (ICMP), entidade internacional com sede em Haia, na Holanda, e que atua como parceira do Grupo. Os resultados indicaram vínculo genético entre os restos mortais pertencentes a um dos casos enviados e as amostras sanguíneas dos familiares de Dimas.
“A entrega dos restos mortais de Dimas Casemiro à sua família pelo Estado Brasileiro simboliza a persistência e a luta de familiares, com o reconhecimento da memória e da verdade como direito humano da cidadania e dever do Estado na localização e identificação dos mortos e desaparecidos políticos”, comenta Raiane Assumpção, pró-reitora de Extensão e Cultura da Unifesp, responsável pela transferência e entrega dos remanescentes ósseos. O Ministério dos Direitos Humanos também publicou um conteúdo em referência à entrega dos restos mortais de Casemiro.
O sepultamento dos restos mortais de Dimas Casemiro ocorre hoje (30), às 14 horas, em sua cidade natal, Votuporanga, SP.