Segunda, 11 Março 2024 17:06

Nota do Comitê Permanente de Enfrentamento da Covid-19 (CPEC) - Unifesp

São Paulo, 11 de março de 2024

O Brasil está passando por uma nova onda de covid-19, principalmente nas regiões Sudeste e Nordeste do país. Em São Paulo, o número de infecções subiu de 892 na primeira semana do ano para 3.196 na semana entre 11 e 17 de fevereiro, um aumento de 258%. Na maior metrópole do Brasil, 36 pessoas morreram de covid-19 neste ano, sendo 10 só na semana epidemiológica de 4 a 10 de fevereiro, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde. Novas subvariantes da Ômicron continuam a surgir, principalmente linhagens descendentes de XBB da Ômicron.

Duas boas notícias: 1. temos disponíveis medicações específicas contra a covid-19 disponibilizadas pelo Sistema Único da Saúde. Está indicado o tratamento de casos não graves de covid-19 em pessoas com 65 anos ou mais e imunossuprimidas acima de 18 anos com o antiviral Nirmatrelvir/ritonavir (NMV/r). Este medicamento antiviral está disponível na rede pública de saúde e deve ser utilizado nos cinco primeiros dias de sintomas, com o objetivo de reduzir o risco de agravamento, complicação e morte pela covid-19. Somente deve ser usado após avaliação médica, devido à possibilidade de interações com outras medicações e possíveis contraindicações à sua utilização; 2. a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou em 6 de março de 2024 o registro de uma vacina atualizada contra a covid-19, a Spikevax monovalente. O imunizante já está atualizado para a mais recente variante da doença, a XBB 1.5. O produto é fabricado pela Indústria Farmacêutica Moderna.

Quais as consequências da disseminação de novas subvariantes da Ômicron?

As novas subvariantes da Ômicron têm mostrado alta transmissibilidade e, até o momento, não têm apresentado maior gravidade. Os quadros clínicos, em geral, são leves nas vias aéreas superiores, como uma síndrome gripal.

Devemos mudar as recomendações de prevenção nos diversos campi da Unifesp?

Até o momento, não há dados epidemiológicos que justifiquem alterar as medidas de prevenção que estamos executando nos diversos campi da Unifesp, especialmente aqueles onde há disponível serviços de saúde.

Quanto tempo devo ficar afastado(a) das atividades profissionais (isolamento) com o diagnóstico de covid-19?

Recentemente, o Center for Disease Control and Prevention (Atlanta, EUA) alterou as orientações de isolamento, o que tem gerado muitas discussões e críticas. Durante toda a pandemia, seguimos as orientações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e do Ministério da Saúde. O tempo de isolamento que o(a) colaborador(a) da Unifesp deve ficar afastado de suas atividades em isolamento domiciliar com diagnóstico confirmado de covid-19 é de 7 dias, a partir do dia seguinte ao início dos sintomas. A maior parte dos casos de covid-19 excretam vírus pelas secreções em grande quantidade até o quinto dia e vai diminuindo até o sétimo dia. Casos específicos com persistência dos sintomas, com presença de febre, devem ser avaliados pelo serviço médico.

Quais as medidas de prevenção que continuam sendo preconizadas para evitar a transmissão da covid-19 e de vírus respiratórios?

a) Manter atualizada a vacinação para covid-19. Conforme orientação do Ministério da Saúde, está recomendada uma dose de reforço da vacina contra a covid-19 (Bivalente) para pessoas com 60 anos ou mais, imunocomprometidos acima de 12 anos de idade e trabalhadores(as) da saúde entre outras indicações de populações vulneráveis que tenham recebido a última dose da vacina há mais de 6 meses.

O Ministério da Saúde recomenda um esquema básico de vacinação para a covid-19 de acordo com a idade:

12 a 39 anos de idade: Para as pessoas de 12 a 39 anos de idade não incluídas no grupo prioritário recomendado para receber as vacinas bivalentes e que não iniciaram a vacinação ou que estão com esquema vacinal incompleto, deverá ser realizado o esquema primário utilizando duas doses das vacinas preventivas contra a covid-19 (monovalente) e o reforço com intervalo mínimo de 4 meses entre as doses.

40 a 59 anos de idade: Para adultos de 40 a 59 anos de idade não incluídos no grupo prioritário recomendado para receber as vacinas bivalentes, o esquema vacinal é composto por duas doses (1ª dose + 2ª dose) e duas doses de reforço (1º reforço + 2º reforço).

Além da covid-19, vírus respiratórios como influenza estão circulando. Não deixe de tomar a vacina preventiva contra a Influenza (Gripe), que está disponível nas UBS e nas AMAs. Acompanhe as prioridades da faixa etária e atividade profissional.

b) Recomendamos que pessoas idosas, aquelas com doenças crônicas, como diabetes, cardiopatias e doença pulmonar, entre outras, imunodeprimidas e/ou em uso de medicações imunossupressoras, mantenham o uso de máscara para suas atividades, especialmente em locais fechados com pouca ventilação.

c) Nos serviços de saúde, o uso da máscara continua obrigatório em locais com contato direto com pacientes, como os ambulatórios, as enfermarias e as unidades de terapia intensiva do Hospital São Paulo (HSP/HU Unifesp), e demais ambientes assistenciais com fluxo de pacientes. Em áreas administrativas, anfiteatros e salas de aula o uso da máscara é facultativo.

d) O uso da máscara tem grande importância em indivíduos sintomáticos respiratórios, com síndromes gripais, pois bloqueia a excreção de gotículas durante a fala, espirros e tosse. Se você está sintomático, mesmo com sintomas leves de gripe, mantenha o uso até o desaparecimento dos sintomas e procure o(a) médico(a).

e) A lavagem frequente das mãos com água e sabão ou higienização com álcool em gel continuam fundamentais para evitar a contaminação contra agentes infecciosos, incluindo as viroses.

Na medida que o Sars-CoV-2 alterou sua estrutura em decorrência de mutações sucessivas, a cepa ancestral foi substituída por uma série de variantes com maior potencial de transmissão, porém, estas alterações não determinaram maior gravidade da doença. Para limitar a disseminação e os efeitos graves da infecção, foram recomendadas doses de reforço das vacinas preventivas contra a covid-19.

O Comitê Permanente de Enfrentamento da Covid-19 da Unifesp tem se reunido e analisado o cenário epidemiológico e, face a qualquer mudança, traremos novas informações e medidas de prevenção para manter segura toda a nossa comunidade.

Comitê Permanente de Enfrentamento da Covid-19 - Unifesp

Lido 480 vezes Última modificação em Terça, 26 Março 2024 09:56

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