Livro organizado por historiadores da EFLCH/Unifesp ganha destaque em simpósio nacional de história
Por José Luiz Guerra
O livro “Golpes na História e na Escola”, organizado pelos professores do Departamento de História da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humana as da Universidade Federal de São Paulo (EFLCH/Unifesp) André Roberto de A. Machado e Maria Rita de Almeida Toledo está entre os 10 mais procurados do XXIX Simpósio Nacional de História. A pesquisa foi feita pelo site Café História e pode ser conferida aqui.
Promovido pela Associação Nacional dos Professores Universitários de História (ANPUH), o simpósio, que acontece a cada dois anos, é a principal reunião acadêmica da área, reunindo pesquisadores em diferentes estágios da carreira, professores de todos os níveis de ensino e estudantes de História de graduação e pós-graduação
O sumário, a apresentação e introdução do livro podem ser acessados aqui.
Segue abaixo a sinopse:
Como compreender a realização de dois processos de impeachment de presidentes do Brasil em um período menor que 30 anos? Como lidar com a incômoda coincidência de atores e instituições que protagonizaram não só o golpe de 2016, mas estiveram igualmente presentes na deposição de João Goulart em 1964 ou mesmo na desestabilização final do governo de Vargas em 1954? O que isso indica sobre a história da democracia no Brasil?
Composto por treze artigos de historiadores do Brasil e do exterior, apesar da provocação do tempo presente, o livro é resultado de pesquisas de muitos anos, fartamente documentado e em diálogo com o estado da arte da historiografia dos temas tratados. Ressalte-se também que para além do processo macro político, o livro dá igual atenção ao fenômeno que desde 2014 resulta em um recrudescimento dos debates em torno da política educacional.
O livro é dividido em duas partes. A primeira delas – Golpes na História: continuidades, atores e luta por direitos – reexamina a história das rupturas do regime democrático e as resistências a esse processo, sobretudo no Brasil, ao longo do século XX e XXI. Apesar desse longo recorte cronológico, a experiência de 2016 é sempre o estopim para a reflexão.
A segunda parte do livro - Golpes na escola: liberdade de ensino, lutas identitárias e modelos educacionais na constituição da escola pública no Brasil e na Colômbia – também parte do impacto dos acontecimentos de 2016. Vem do pressuposto que os eventos desse ano não tiveram consequências apenas na macro política, mas que outros ambientes da vida social foram duramente atingidos, entre eles a política educacional. Na escalada da radicalização que levou ao golpe de 2016, ou como consequência imediata a ele, viu-se a ascensão de movimentos como o "Escola sem Partido", a abrupta Reforma do Ensino Médio e as disputas em torno da Base Nacional Comum Curricular. Para os historiadores, especialmente, a ascensão do "Escola sem Partido" tem sido enxergada como um passo para a censura.
Capa do livro "Golpes na História e na Escola"