Na última quarta-feira, dia 11 de fevereiro, o Simpósio Programa Mais Médicos (PMM) coordenado pelo professor Elisaldo Carlini, diretor do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), contou com intensa participação da comunidade científica, estudantes de cursos de saúde, gestores e trabalhadores do SUS, na Universidade Federal de São Paulo.
O encontro aconteceu durante todo o dia com o objetivo de debater a assistência à saúde no Brasil, a partir do programa, analisando o atual panorama de sua implantação.
Estiveram presentes na mesa de abertura Soraya S. Smaili, reitora da Unifesp; Vinicius Ximenes Muricy da Rocha, diretor de Desenvolvimento da Educação em Saúde da Secretaria da Educação Superior, representando o Ministro da Educação, Cid Gomes; Hêider Aurélio Pinto, secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, representando o Ministro da Saúde, Ademar Arthur Chioro dos Reis; Antonio Carlos Lopes, diretor da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp); Mauro Gomes Aranha Lima, vice-presidente do Conselho Regional de Medicina dos Estado de São Paulo (Cremesp); José De Filippi Júnior, secretário da Saúde do município de São Paulo; Joaquín Molina, representante da Organização Panamericana de Saúde no Brasil; e Raúl Bonne Hernández, presidente da Associação dos Docentes da Unifesp (Adunifesp).
A reitora Soraya Smaili falou sobre a longa história e trajetória que a universidade tem em políticas públicas na área de saúde, mas também no ensino, pesquisa e extensão. “É muito importante retomarmos esse debate. A Unifesp tem um papel fundamental no programa, já que há várias fases. Uma delas é a formação de profissionais de saúde e nós já vínhamos desenvolvendo amplamente antes mesmo do lançamento”, explica.
Soraya Smaili reforçou ainda a necessidade de ampliar parcerias inclusive com as prefeituras, secretarias e por meio do ensino a distância. “Hoje nós estamos com 40 mil pessoas utilizando os nossos instrumentos de educação em cursos de aperfeiçoamento e cursos de especialização no Brasil inteiro”.
O PMM incluirá em uma das fases a ampliação de vagas nos cursos de medicina. A ideia foi discutida em congregação na EPM, que aprovou o aumento de 10 vagas no curso de medicina para 2017 e mais 10 para 2018. “Isso será condicionado à recuperação das estruturas da escola, dos laboratórios, salas de aula, pois hoje precisamos muito do fortalecimento da infraestrutura para que ela possa expandir. Por isso que não será imediata a implantação das vagas”, completou a reitora.
Para Antonio Carlos Lopes, a EPM vê um momento ímpar para discutir um tema complexo como esse nos dias de hoje. “Esperamos, dentro de um curto prazo, que esse programa seja quase que exclusivamente por médicos brasileiros”. Ele ainda relatou a importância da avaliação dos profissionais de saúde. “Apenas 60% dos profissionais que fizeram o exame no Conselho Regional de Medicina de São Paulo foram aprovados”.
Em sua fala, José Di Filippi disse que o balanço do programa é favorável. “Nós estamos diante de um bom problema, que é como aperfeiçoar a formação do médico, que é o profissional que mais demora para se formar”. Além disso, Filippi falou da necessidade de buscar mais recursos para o Sistema Único de Saúde (SUS) e que o setor público, nesses últimos anos, está com mais capacidade financeira de disputar esses profissionais.
Hêider Aurélio Pinto explicou que mesmo com investimentos em infraestrutura e financiamento e ampliação das equipes, havia a estagnação da ampliação da cobertura no país. “O Mais Médicos em um ano e meio conseguiu expandir o que a atenção básica não conseguia em sete anos. O programa salta de 50 milhões de brasileiros cobertos para 63 milhões”, ressaltou o secretário.