Um grupo de alunos da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Paulo (EFLCH/ Unifesp) criou o Memorial Digital do Refugiado (MemoRef), projeto que visa inserir refugiados na sociedade brasileira, por meio de aulas de português, intervenções culturais e registros escritos, fotográficos e audiovisuais produzidos com base nos trabalhos, além de integrar a comunidade acadêmica a um projeto cultural de cunho humanitário.
A ideia do projeto surgiu pelas mãos da estudante de letras da EFLCH/ Unifesp e coordenadora do projeto, Marina Reinoldes, que ministrava voluntariamente aulas na ONG Oásis Solidário, na mesquita do Pari. “Comecei a dar aula em maio e fiz uma publicação chamando outros alunos da Unifesp para ajudarem. Como a procura foi grande, decidi tentar levar o projeto para a EFLCH e começamos a organizá-lo”, explica.
O MemoRef pretende trabalhar em três eixos: o primeiro, ministrando aulas gratuitas de português para os refugiados, usando o idioma como meio principal de inserção dos mesmos na sociedade; o segundo, promovendo ações culturais para promover a integralização dos refugiados com a comunidade acadêmica; e o terceiro, elaborando um banco de dados construído a partir das ações culturais, que poderá servir como fonte de dados para futuras pesquisas acadêmicas.
O início das atividades está previsto para setembro e deve se estender até dezembro, contemplando, inicialmente, 15 refugiados de diversas nacionalidades encaminhados pela Cáritas Arquidiocesana de São Paulo, parceira do MemoRef. A ideia é a de que o projeto possa ser ampliado para 2016, com a presença de mais voluntários e a possibilidade de atender a mais pessoas.
Além de Marina, outros seis alunos do curso de letras participam do projeto: Ingrid Albuquerque, Ana Flávia Ercolini, Andreza Figueiredo, Beatriz Rocha, Mariana Guedes, Thomas Chequetto.
Dentro da Unifesp, o projeto conta com o apoio do Laboratório Interdisciplinar de Formação de Educador (LIFE), ambiente voltado à realização de práticas pedagógicas, da Cátedra Sérgio Vieira de Mello, que auxiliará na seleção de dados para o Memorial, realização de algumas atividades específicas sobre refúgio e mediação com o Alto Comissariado das Nações Unidas e da biblioteca da Unifesp, que cederá espaço para a realização de uma exposição fotográfica que apresentará o olhar do refugiado sobre a comunidade em que vive.
O grupo também aguarda o resultado do edital ProCultura Estudantil Unifesp 2015, que sairá dia 10 de agosto. O edital concede recursos financeiros para o custeio de atividades e produtos culturais. “Com esse recurso, poderemos viabilizar o Memorial Digital, divulgar e realizar as atividades culturais”, concluiu Marina.