Quarta, 30 Março 2016 15:14

Unifesp promove ato-debate: universidade, democracia e direitos sociais

Evento reuniu estudiosos que debateram sobre a atual conjuntura do país

Por Antonio Saturnino e Mayara Toni

A atual conjuntura brasileira pede reflexões. Com isso, o debate é necessário e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) abriu espaço para tanto na última terça-feira (29/3), no prédio da Reitoria. Para a abertura do evento, a reitora da Unifesp, Soraya Smaili, esteve presente e conversou com os participantes sobre a importância da iniciativa atualmente: “hoje, mais do que um ato, é um debate de reafirmação da democracia”.

Para compor a mesa foram convidados o jurista e professor emérito da Faculdade de  Direito da USP Fábio Konder Comparato, a integrante da Comissão da Verdade Amelinha Teles e o psicalinista e professor EFLCH/Unifesp Tales Ab'Sáber. A mesa foi conduzida pelo jornalista e professor da PUC José Arbex Jr.

Iniciando o debate, Arbex apresentou uma análise geral sobre a atual cobertura da mídia que, de acordo com ele, denota claramente uma tentativa de golpe. Isso, para ele, fica mais claro quando movimentos esquerdistas não recebem o mesmo espaço midiático que as demais manifestações. Também fica evidente, de forma ainda mais clara, quando a imprensa contabiliza quantas pessoas foram em diferentes manifestações, privilegiando sempre algum dos lados.

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A representante feminina da bancada, Amelinha Teles, trouxe ao debate sua trajetória de vida e militância. Presa política na época da ditadura, ela pôde fazer um balanço atual sobre o cenário político em comparação ao período que antecedeu a ditadura civil-militar no Brasil. “É de extrema importância abrirmos esses debates. O golpe de agora não é igual ao de 1964. A única solução para impedir o golpe é ter gente na rua. Somos muitos, mas ainda somos muito dispersos”, comentou Amelinha.

Tales Ab'Sáber seguiu o debate dimensionando a esquerda e a direita no Brasil. Com base em suas pesquisas e trabalhos publicados como “Lulismo” (2011) e “Dilma Rouseff e o ódio político” (2015). Para ele, chegamos a este cenário por razões não compreendidas, porém a esquerda deixou os movimentos de direita ganharem força e investirem muita energia para depois começar se mobilizar.

O jurista Fábio Konder Comparato finalizou dizendo que é impossível almejar qualquer mudança de cenário político  sem a redução da desigualdade social e a tirada do poder dos grupos dominantes. “Não se muda um país subitamente. É necessário um trabalho de longo curso e tudo começa com a educação. Precisamos incutir na mente da nova geração que todos seres humanos nascem livres e iguais em direitos”, afirmou.

Ao final das falas dos integrantes da bancada, o debate foi aberto aos presentes que puderam complementar os discursos com pontos de vista e posicionamentos.

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