Quinta, 02 Junho 2016 12:28

Cátedra Edward Said promove terceira palestra do ciclo O Estranho e o Estrangeiro

O sociólogo Gabriel Cohn abordou, na última segunda-feira, relato de família judia alemã fugitiva do nazismo e refugiada no Brasil

Por Valquíria Carnaúba

Na segunda-feira (30/5), o auditório Leitão da Cunha da Unifesp abrigou palestra do sociólogo Gabriel Cohn, que na ocasião levantou reflexões sobre reconstrução da vida e percepções identitárias sob a condição da diáspora, valendo-se do relato de uma família judia alemã fugitiva do nazismo após sua chegada ao Rio de Janeiro, em 1936.

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A questão do exílio ocupou o centro da palestra, que tratou de diversas formas de deslocamento de pessoas e populações e seus efeitos sobre a vida dos envolvidos. O contraste entre duas situações deu enquadramento para a exposição: num extremo, a errância aventurosa de Ulisses na Odisséia narrada por Homero, no outro, o êxodo do Egito guiado por Moisés, narrado na Bíblia. Num caso, a reiteração da identidade senhorial já pronta, no outro, o processo de aprendizado na constituição de um povo. Entre esses extremos, a experiência do exílio, do estranho em terra estranha e da sua acolhida. No final, a questão de uma concepção e de uma prática cosmopolita.

Trata-se do terceiro seminário do ciclo O Estranho e o Estrangeiro, promovido pela Cátedra Edward Said de Estudos da Contemporaneidade e realizado na universidade ao final de todo mês deste ano. O próximo está previsto para 27 de junho e abordará a presença de elementos orientais na formação da Península Ibérica e, por extensão, das colônias hispânicas e portuguesa na América Latina, bem como a contribuição do tema para a discussão sobre o papel dos intelectuais nesses países.

 

Lido 7928 vezes Última modificação em Quarta, 08 Junho 2016 15:02

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