Quinta, 07 Dezembro 2017 13:38

Saúde mental, imigração e interculturalidade são temas de curso de extensão da Unifesp

Atividade teve como público-alvo profissionais que lidam com a população em situação de refúgio e imigração

CursoSaúdeMental reduzida
(Crédito da foto: Arquivo pessoal)

O curso de extensão Saúde Mental, Imigração e Interculturalidade, coordenado por Sylvia Dantas, docente do Departamento de Medicina Preventiva da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp), teve sua última aula realizada no dia 2 de dezembro, cujo objetivo foi introduzir o conhecimento teórico e técnico da abordagem intercultural, uma área por excelência interdisciplinar, para o profissional que trabalha com a população imigrante.

Os temas tratados durante as aulas incluíram: saúde mental, estresse de aculturação e modelo intercultural psicodinâmico; impacto da imigração na família e formas de mediação; educação bilíngue, bilinguismo e identidade cultural; imigração, relações inter-raciais e afetividade; tradução e interpretação do corpo do outro; e história, território e identidade.

"As aulas e dinâmicas propiciaram um rico espaço de aprendizado de conceitos instrumentais, troca e reflexão sobre a prática junto à população imigrante em São Paulo. No último dia de aula, por exemplo, os participantes trouxeram objetos alusivos aos assuntos tratados no curso e que marcaram uma conclusão de um encontro de sentido e aprendizado mútuo. Foram fotos que mostravam a descoberta da própria história de imigração, artefatos que fazem parte da própria identidade étnica e cultural, amuletos, sementes e poemas", comenta Sylvia, responsável também pelo grupo Diálogos Interculturais do Instituto de Estudos Avançados (IEA-USP).

O curso foi composto por uma equipe de nove estudiosos da imigração em diferentes áreas do conhecimento – seis professores de vários campi da Unifesp, três professoras convidadas e uma assistente. A proposta, construída coletivamente entre a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec), o Departamento de Medicina Preventiva e com apoio do IEA-USP, foi de oferecer um curso de curta duração a fim de observar a demanda pelo mesmo. “Foram oferecidas 30 vagas, mas a procura pelo curso foi praticamente quatro vezes maior, indicando assim a demanda de formação e informação em saúde mental e imigração na abordagem intercultural”, ressalta.

Participaram dos encontros psicólogos, assistentes sociais, educadores, médicos da família e psiquiatria, enfermeiros, advogados, profissionais de direitos humanos, pedagogos e antropólogos, que atuam no sistema de saúde e educacional público tanto municipal como estadual, nas organizações civis que acolhem imigrantes e refugiados em São Paulo, coletivos de imigrantes, ONGs e serviços humanitários que lidam com a população em situação de refúgio e imigração, além dos próprios imigrantes.

Para a coordenadora, o retorno recebido por parte dos alunos mostrou que a proposta veio ao encontro das expectativas. Foi unânime a solicitação de continuidade do curso em formato mais ampliado, como uma especialização, proposta que a coordenação e equipe estão considerando enquanto projeto.

 

Lido 10495 vezes Última modificação em Sexta, 22 Dezembro 2017 08:47

Mídia