Por Paula Garcia
Gilberto da Silva Francisco em análise de material cerâmico na Reserva Técnica do Museu de Delos (Foto: Carolina Machado Guedes)
Uma equipe de pesquisadores brasileiros, arqueólogos e historiadores, liderada por Gilberto da Silva Francisco, docente do Departamento de História da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH/Unifesp) – Campus Guarulhos, está atuando em um projeto desenvolvido na ilha de Delos e em Atenas, Grécia, entre os meses de julho e agosto.
Intitulado O Heraion de Delos: a história de um santuário, o projeto foi criado em 1996 pela professora da Universidade de São Paulo (USP) Haiganuch Sarian e realiza escavações arqueológicas e análise de material no museu local, atualmente sob a coordenação de Francisco.
Ruínas do templo mais recente, datado de cerca de 475 a.C. e do altar do final do século IV a.C. (Foto: Carolina Machado Guedes)
O Heraion de Delos é um santuário que foi consagrado à deusa Hera e, segundo fontes analisadas, é o mais antigo da ilha. Em escavações antigas foram encontrados alguns objetos, como, por exemplo, um conjunto com mais de 600 vasos de cerâmica ofertados no passado a Hera, assim como construções de dois templos, o primeiro construído entre 750-700 a.C. e o segundo a cerca de 475 a.C.
Todos esses elementos estão sendo analisados pela equipe que atua no local e já rendeu resultados parciais, como a criação de modelos 3D das ruínas no sítio arqueológico e do material analisado no Museu de Delos, a partir da técnica de fotogrametria. Além disso, foi produzido um banco de dados, feito com base no material proveniente do santuário (vasos de cerâmica, estatuetas de terracota, metais, moedas, ossos, marfins, estatuetas em mármore e vidros) contabilizando, até o momento, mais de 4.000 objetos.
Modelo 3D de um vaso encontrado no templo mais antigo (Criação: Carolina Machado Guedes)
Além da Unifesp, integram o projeto a École Française d’Athènes (Escola Francesa de Atenas), da qual o Francisco é membro científico no Setor de Antiguidades Gregas e Bizantinas. O trabalho conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para a realização das atividades de campo, de laboratório e pesquisa bibliográfica e tem colaboração de especialistas da USP, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Universidade Metropolitana de Santos (Unimes).