Por Juliana Cristina
Pesquisadores da Escola Paulista de Enfermagem (EPE/Unifesp) - Campus São Paulo estão avaliando a utilização de vídeo instrucional e guia autoinstrucional no treinamento com simulação para enfermeiros, técnicos de enfermagem e residentes de enfermagem da unidade de terapia intensiva e da emergência do Hospital São Paulo, hospital universitário (HSP/ HU Unifesp). O propósito é comparar a efetividade dos dois métodos na habilidade de realização de compressões torácicas em posição prona. Diante do cenário atual, essas ferramentas permitiriam treinamento em massa, sem a necessidade da presença de um tutor.
A posição prona é utilizada por melhorar consideravelmente a oxigenação do paciente, por isso, pode-se optar por adotá-la como medida para auxiliar pacientes entubados por covid-19. No entanto, um dos grandes desafios para os profissionais é realizar, por exemplo, a ressuscitação cardiopulmonar (RCP), visto que a técnica de RCP em posição de prona, como indica o estudo, não possui destaque nas guidelines nacionais e internacionais ou nos treinamentos práticos de RCP – tornando, assim, necessários os treinamentos com simulação. A RCP em pacientes em prona tem a vantagem de poder ser realizada por apenas um socorrista, não causar e melhorar a distenção gátrisca, diminuir o risco de vômito e broncoaspiração, diminuir a necessidade de manobras para abertura da via aérea, auxiliar na ventilação e circulação simultaneamente durante as compressões, além de apresentar menos riscos de fratura de costela, lesão cardíaca e pneumonia por aspiração, assim como aponta o estudo.
A avaliação será realizada com profissionais convidados, divididos aleatoriamente em dois grupos. O primeiro assistirá ao vídeo instrucional enquanto pratica a compressão torácica em um manequim de baixa fidelidade colocado na posição de prona junto com as instruções do vídeo. O segundo praticará a compressão também em um manequim de baixa fidelidade mas, nesse caso, utilizando o guia autoinstrucional. Para analisar a efetividade dos métodos, os participantes serão avaliados antes e depois do treinamento. Todos os profissionais que aceitarem o convite para participarem da pesquisa, assinarão o termo de consentimento livre e esclarecido e serão registrados no Clinical Trials.
O estudo será a dissertação da aluna Elaine Peixoto Vieira Cavalcante, orientado pela docente Juliana de Lima Lopes, co-orientado pela docente Cassia ReginaVancini Campanharo, e tem participação das docentes Ruth Esther Assayag Batista e Meiry Fernanda Pinto Okuno da EPE/Unifesp. Além disso, os docentes Sergio Timerman da Universidade de São Paulo (USP) e Rui Carlos Negrão Baptista da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), em Portugal, também colaboram com a pesquisa em andamento.