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Estudo realizado por pesquisadores(as) da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp), em parceria com a Universidade de Harvard, Universidade Internacional de Valência (Espanha), Universidad Pública de Navarra (Espanha) e Universidade de Santiago do Chile, sugere que o exercício de força muscular pode reduzir a mortalidade por câncer. Esse efeito protetor pode ser maior se o exercício de força muscular é realizado em conjunto com atividades físicas aeróbicas.
O trabalho, conduzido com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), consistiu em uma revisão sistemática de estudos epidemiológicos disponíveis na literatura e foi recentemente publicado na revista científica International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity.
“Nos últimos anos, a atividade física tem recebido destaque na literatura científica pelo seu papel na prevenção de vários tipos de câncer. Estudos epidemiológicos de coorte (que acompanham pessoas por anos/décadas para investigação das causas do câncer) sugerem que há evidência forte/suficiente para afirmar que atividade física reduz o risco de sete tipos de câncer – mama, cólon, endométrio, estômago, esôfago, rim e bexiga”, explica o pesquisador Leandro Rezende, professor do Departamento de Medicina Preventiva da EPM/Unifesp.
No entanto, Rezende destaca que ainda não é claro na literatura qual o tipo de atividade física mais eficaz para redução do risco desses tipos de câncer. “Nesse sentido, utilizamos dados de 12 artigos, sendo 11 coortes e um caso controle, para sintetizar a evidência científica sobre a associação entre exercícios de força muscular, comumente praticados em academias, estúdios de treinamento funcional e crossfit, e risco de câncer. A análise foi feita levando-se em consideração três categorias de análise: efeito do exercício de força isolado sobre a mortalidade por câncer; impacto do exercício de força e atividade físicas aeróbicas combinadas sobre a mortalidade por câncer; e efeito do exercício de força sobre a incidência de diferentes tipos de câncer”.
A conclusão do estudo é de que a prática isolada do exercício de força muscular pode reduzir em 14% a mortalidade por câncer. “Essa redução da mortalidade foi ainda maior (28%) quando o exercício de força muscular e atividade físicas aeróbicas foram realizadas em conjunto. O exercício de força muscular também esteve associado com menor incidência de câncer de rim, provocando uma redução de 26%. A associação entre exercício de força muscular e os demais tipos de câncer (cólon, próstata, pulmão, linfoma, pâncreas, mieloma múltiplo, bexiga, esôfago, reto, melanoma, leucemia e cânceres do sistema digestivo) foi inconclusiva devido ao número limitado de estudos”, conclui Rezende.