Como trazer os resultados de uma pesquisa de fôlego e multidisciplinar para o público de maneira acessível, menos acadêmica e mais comunicativa? Respondendo a esse questionamento, a coordenação da pesquisa Desigualdades e Vulnerabilidades na Epidemia de Covid-19: Monitoramento, Análise e Recomendações elaborou duas séries contendo 13 de vídeos curta duração. O trabalho foi realizado pela Unifesp, com o apoio da Fundação Tide Setubal em parceria com a produtora Muriçoca Multimídia. A estreia será hoje, 5/10, no canal da Unifesp no YouTube.
Parte da produção audiovisual retrata os territórios que participaram dos estudos, a partir do entorno onde estão instalados os campi da Unifesp (Baixada Santista, Diadema, Guarulhos, Osasco, São Paulo e Zona Leste). O restante dos vídeos trata de temas que perpassaram a pesquisa em todos os seus 16 territórios de ação: a fome, as violências (doméstica, contra as mulheres e de Estado), saúde mental, renda, moradia, trabalho, informação e prevenção. Com duração média de 5 minutos, o conteúdo leva ao espectador a síntese de cada uma das temáticas que mais se fazem presentes nessa população, que vive em zonas periféricas dessas cidades, em territórios atravessados por vulnerabilidades crescentes frente à pandemia.
Baseados em depoimentos de pesquisadores da universidade, assim como de pesquisadores pertencentes a movimentos sociais, e também de moradores, os vídeos somam dados, imagens e muita sensibilidade. Ver os dados projetados na tela, visualizar o espaço em que as pessoas habitam e convivem com diversas dificuldades, diante de grave situação social, e da insuficiência de políticas públicas de saúde, moradia, geração de renda e outras, impacta o público na medida em que os moradores desses 16 territórios passam a revelar e a compartilhar o seu universo particular. “Assistir a cada um desses vídeos tem permitido que o público passe a se informar melhor a respeito de como a pandemia tem enfatizado mais e mais problemas graves junto a esse público”, explica Joana Rodrigues, docente do Campus Guarulhos e uma das coordenadoras e responsáveis pela realização dos produtos de comunicação da pesquisa.
Já, para ter uma ideia mais pontual sobre as temáticas que estiveram e seguem presentes nesses territórios em que o estudo foi realizado (de forma híbrida por conta das condições sanitárias), o público poderá compreender como a fome tem aumentado entre as populações em estado de vulnerabilidade, em particular moradores de favelas, comunidades e conjuntos habitacionais populares, como o do programa Minha Casa Minha Vida, a partir dos vídeos, complementa a professora Lumena Almeida Castro Furtado, da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp), a quem coube a coordenação geral da pesquisa.
Assista à série de vídeos Pandemia das Desigualdades no canal do YouTube da Unifesp.
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