Por Daniel Patini
A Escola Paulista de Política, Economia e Negócios (Eppen/Unifesp) - Campus Osasco, por meio da Clínica de Direitos Humanos (CDH), projeto de extensão dos cursos de Direito e Relações Internacionais, foi uma das instituições participantes do projeto Pop Rua Jud Oz, um mutirão de atendimento especial às pessoas que vivem em situação de rua em Osasco (SP), realizado entre os dias 25 e 27 de abril.
Promovida pelo Tribunal Regional Federal da 3.ª Região (TRF3) e pela Justiça Federal em Osasco, a ação ocorreu no Ginásio Esportivo José Liberatti e levou serviços de saúde, assistência social, cidadania, orientações jurídicas e profissionais à população em situação de vulnerabilidade. Durante os três dias, foi possível emitir documentos, realizar a inscrição e regularização da situação eleitoral, solucionar questões previdenciárias, solicitar benefícios assistenciais e previdenciários e ajuizar ações na Justiça Federal, dentre outros atendimentos.
Quase 100 alunos(as) da Eppen/Unifesp se inscreveram com interesse em participar do mutirão, os(as) quais tiveram encontros prévios de formação com o professor de Relações Internacionais e coordenador da Cátedra Sérgio Vieira de Mello (CSVM), João Amorim, e com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). Também receberam orientações do Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública de São Paulo e do TRF3.
“No local, os(as) estudantes da Unifesp apoiaram a tenda do Acnur e do Centro de Referência de Direitos Humanos e Combate ao Racismo da Prefeitura de Osasco, a tenda da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, além da organização geral do mutirão”, relata Carla Osmo, professora de Direito e coordenadora da CDH/Unifesp.
Atividade de caráter formativo
Segundo ela, a participação da Unifesp nesse mutirão é resultado de um esforço da universidade para o fortalecimento de suas atividades de extensão, com a construção de trabalhos em diálogo com atores externos e a realização de ações de interesse público, que atravessem seus muros.
“Além disso, a ação é importante em razão de seu caráter formativo para os(as) estudantes, já que elas(es) têm a chance de participar de atividade voltada à garantia de acesso a direitos a pessoas em situação de vulnerabilidade e de conhecer a realidade das desigualdades das experiências no campo do Direito e dos Direitos Humanos, contribuindo para que venham a ser profissionais com atuação crítica, humanizada e voltada aos direitos humanos”, conclui a docente.
A aluna de direito Tainah Bastos Staaks Pereira, uma das responsáveis por ajudar na organização da participação dos(as) demais estudantes voluntários(as) no mutirão, avaliou essa experiência como extremamente gratificante. “Ela me proporcionou um contato direto com a realidade, algo que seria difícil de vivenciar apenas em sala de aula. É essencial ter contato com a realidade da desigualdade social do Brasil, principalmente, para ter consciência das complexidades e responsabilidades sociais que estão inseridas na atuação do Direito”.
Camila Macedo Ruiz, estudante de Relações Internacionais que atuou como voluntária no evento e também ajudou a organizar a participação dos(as) alunos(as), compreende a importância da presença da universidade pública em iniciativas como essa. “É nosso dever como estudantes e cidadãos(ãs) estarmos em contato com a sociedade da qual fazemos parte e darmos retorno positivo a ela. Além disso, para alunos(as) de cursos carregados de teoria, é importante para a própria formação do(a) discente a participação e o envolvimento em práticas fora da sala de aula”.