Terça, 20 Junho 2023 11:33

Congresso Acadêmico Unifesp 2023 teve conferência de abertura com a ministra da Saúde

Nísia Trindade abriu o evento com palestra sobre saúde, ciência e democracia

Por Valquíria Carnaúba

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Congresso contou com abertura informal, no formato de lounge, marcando o retorno às atividades presenciais

Foi realizada na manhã desta segunda (19/6), no Teatro Marcos Lindenberg, no Campus São Paulo, a abertura da primeira edição híbrida do Congresso Acadêmico Unifesp 2023. Evento ocorrido de forma gratuita e híbrida, e aberto à sociedade, registrou grande número de trabalhos científicos submetidos e conta com mais de 12 mil inscritos(as). A palestra de abertura, intitulada Saúde, Ciência e Democracia: um Projeto para o Brasil, foi proferida pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, primeira mulher a assumir a pasta no país. O evento segue com programação até a próxima sexta (23/6).

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A ministra da Saúde, Nisia Trindade, proferiu a palestra de abertura do evento

Representantes da Unifesp participaram da cerimônia de abertura, a reitora pro tempore, Raiane Assumpção; a pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa, Lia Rita Bittencourt; o diretor acadêmico do Campus Baixada Santista, representando as direções dos campi, Odair Aguiar Júnior; a assessora de Relações Acadêmicas e Institucionais e coordenadora do evento, Isabel Hartmann Quadros; a bióloga e coordenadora do congresso, Sylvia Maria Affonso; o estudante de Geografia do Campus Zona Leste e membro do Conselho Universitário, Josias Lima; a superintendente do Serviço Social do Comércio (Sesc) e membro do Conselho Estratégico Universidade Sociedade (CEUS), Marta Colabone; e Tamyres Barbosa, técnica em assuntos educacionais, que atuou como mestre de cerimônia.

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Coral Unifesp se apresentou na abertura do Congresso Acadêmico Unifesp 2023

A coordenação deste ano propôs uma abertura informal, no formato de lounge, marcando o retorno às atividades presenciais, e apresentou o vídeo de lançamento com o tema do congresso e uma homenagem à professora Ieda Maugéri, coordenadora do evento entre 2015 e 2019. Na sequência, o Coral Unifesp fez sua apresentação com a interpretação das canções de Luiz Gonzaga - “Vida de Viajante” e “Qui Nem Jiló” - , além das composições “Todos Juntos”, dos Saltimbancos, e o cântico zulu “Siyahamba”: caminhamos pela luz de Deus”.

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Raiane Assumpção, reitora pro tempore, discursou na abertura do evento

A reitora pro tempore da Unifesp iniciou a sequência de falas destacando a importância da unificação dos conceitos arte, ciência e cultura. "O Congresso Acadêmico 2023 não poderia iniciar de maneira melhor, com o Coral Unifesp, uma pequena amostra do que é produzido pela universidade por meio do ensino, da pesquisa e da extensão. A escolha do tema se deve ao sentimento que envolve o país neste momento, o de união e reconstrução. Estamos à disposição do Estado brasileiro para cumprir nossa missão institucional, para que o conhecimento produzido na universidade pública possa ser propulsor de políticas públicas". Raiane agradeceu ainda a todos nas comunidades dos campi, unidades universitárias e comissões locais, por viabilizarem a realização do evento.

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Lia Bittencourt, pró-reitora de pós-graduação e pesquisa, durante sua fala de abertura

Lia Bittencourt, pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa, afirmou que é um privilégio dar início a uma semana inteira de apresentações de excelência acadêmica e de produção de conhecimento. "Desde 2015, nos reunimos para o planejamento e a produção desse importante evento. Durante os próximos dias, teremos oportunidades de compartilhar conhecimentos, experiências e ideias que, certamente, ampliarão os horizontes de cada um de nós".

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Odair Aguiar Júnior, diretor do Campus Baixada Santista

O diretor do Campus Baixada Santista, Odair Aguiar Júnior, comemorou a retomada das sessões congressuais presenciais após três anos de atividades exclusivamente on-line e após 4 anos de uma "política de governo federal esterilizante e exterminadora para nossas instituições federais de ensino superior". Para ele, "esse retorno assinala a reconstrução paulatina das nossas relações acadêmicas habitadas nas nossas salas, nos prédios, anfiteatros, cantinas e restaurantes universitários. Ao longo dessa semana, demonstraremos como a Unifesp tem trilhado seus caminhos e colaborado com o alvorecer de novos e melhores tempos políticos no nosso país".

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Isabel Quadros, assessora de relações acadêmicas e institucionais e coordenadora do evento

Já a professora Isabel Quadros lembrou que o tema se alinha ao contexto político e social do país, convidando-nos a reconhecer, refletir e discutir a missão das nossas instituições, da ciência, da educação, da saúde e da formação de pessoas, para trabalhar pela garantia do direito à vida, dignidade, cultura, democracia e autonomia da nação e de cada pessoa. Ela retomou o histórico do Congresso Acadêmico Unifesp, agora em sua nona edição, sendo a primeira experiência de um congresso híbrido. Mostrou ainda uma apresentação em homenagem a Ieda Maugéri, professora que dedicou 45 anos de trabalho à Unifesp.

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A bióloga e coordenadora do congresso, Sylvia Maria Affonso

Sylvia Affonso comparou o trabalho de organizar o congresso com a atuação em equipe necessária para remar uma canoa - uma menção a uma reflexão de Davi Kopenawa Yanomami. "A cada dia estamos em uma posição na canoa e, às vezes, mudamos a direção. Foi o que aconteceu este ano quando trocamos mesa formal de abertura por um lounge para aproximar as pessoas”, afirmou.

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Josias Lima, estudante e membro do Conselho Universitário e do Centro Acadêmico de Geografia do campus Zona Leste

Josias Lima homenageou os(as) trabalhadores(as) terceirizados(as) da Unifesp e parabenizou a escolha do tema do Congresso Acadêmico 2023. "Defender a educação pública é defender a soberania nacional. O que seria de um país que não produz sua própria ciência e tecnologia? É uma responsabilidade muito grande da Unifesp propor um outro modelo de sociedade mais justo, que combata as desigualdades sociais, a violência de gênero e o racismo. Contudo, temos focado muito na reconstrução, mas acho que precisamos direcionar esse movimento também na construção do novo, pois muito do que foi destruído já não respondia às nossas necessidades".

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Marta Colabone, superintendente do Serviço Social do Comércio (Sesc) e membro do Conselho Estratégico Universidade Sociedade (CEUS)

Marta Colabone lembrou que sua formação aconteceu majoritariamente em escolas públicas e que seus familiares eram admiradores dos professores e professoras dedicadas ao ensino. "Estar em um ambiente de ensino público representa a oportunidade de construir e reconstruir o que for preciso, por meio de ideias e possibilidades, para preservação da democracia".

Ministra da Saúde abordou saúde, ciência e democracia em palestra de abertura

Convidada especial do Congresso Acadêmico 2023, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, frisou a importância do fortalecimento de um pensamento científico voltado para a democracia, pois são temas que devem estar juntos, mas também a pertinência da universidade na definição das políticas públicas e na reconstrução nacional. "Como cidadã, membro da comunidade científica e ministra de Estado da Saúde, me sinto representada por eventos como esse que abro hoje e muito alegre de estar numa casa que teve um papel muito importante nos últimos anos".

A ministra, que também foi a primeira mulher a presidir a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), trouxe para sua exposição uma crítica sobre a relação entre ciência e democracia, ao apresentar um texto do sociólogo Robert Merton. No trecho, ele trata dos ataques incipientes e reais à integridade da ciência, que levam os cientistas a dependerem de estruturas sociais, sob pena de serem obrigados a justificar os caminhos da ciência para a sociedade.

"Parece um texto atual, principalmente porque tanto falamos na comunidade científica sobre o negacionismo. Um negacionismo que, na verdade, começou no revisionismo histórico e na negação do que foi o holocausto durante o nazismo. Então, o revisionismo, na ciência, somente é estudado por vários autores quando há uma base política, na revisão da história. Por isso, vemos a importância de estarmos atentos às construções sócio-históricas", refletiu a ministra.

A ministra, então, avaliou impactos da pandemia de covid-19, que gravaram uma série de desigualdades socioeconômicas, como o acesso à saúde e à educação, além da sobrecarga nas demandas de proteção social. Apontou os aprendizados dessa experiência e as diretrizes a serem seguidas para que o país possa superar as consequências da pandemia, garantindo a capacidade de lidar com crises futuras. Destacou a necessidade de investimento contínuo e direcionado em ciência, tecnologia e inovação, com apropriação de seus produtos na assistência social, valorizando também a comunicação científica e o reconhecimento da relação profunda entre ciência e democracia.

Sua fala foi finalizada com a indicação dos planos do governo federal para lidar com os desafios para fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) e torná-lo "mais sustentável e resiliente", indicando melhorias na governança descentralizada e fortalecendo a atenção básica e propondo uma política nacional para demandas de alta e média complexidades. Nísia também sinalizou a necessidade de atuação conjunta ao Ministério da Educação (MEC) para alinhar a formação de profissionais de saúde, da graduação à pós-graduação, de forma a atender às necessidades regionais do SUS, além de ações para retomar a exemplar cobertura vacinal que tínhamos em nosso país.

O Congresso Acadêmico Unifesp 2023 segue até a próxima sexta-feira (23/6). Saiba mais sobre o evento neste link.


Fotos: Alex Reipert

Lido 1370 vezes Última modificação em Sexta, 30 Junho 2023 17:12

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