Realizado no dia 6 de setembro, no Auditório da Reitoria, o V Fórum LGBTQIAP+ na Unifesp: cotas trans nas universidades federais teve como objetivo promover o debate sobre as ações afirmativas para pessoas trans na instituição e no Brasil, bem como discutir o tema com estudantes, pesquisadores(as), docentes, TAEs, entidades, coletivos e com a comunidade LGBTQIAP+.
Em comemoração aos 30 anos da Unifesp e à proposta de criação de reserva de vagas para pessoas trans na graduação e pós-graduação, que está prevista para ser votada pelo Conselho Universitário no dia 11/9, o evento foi organizado Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Políticas Afirmativas (Praepa), pelo Núcleo TransUnifesp e representantes dos coletivos LGBTQIAP+ da instituição.
A mesa de abertura do evento foi composta pela coordenadora adjunta do Núcleo TransUnifesp, Renata Rangel Azevedo, pela reitora da Unifesp, Raiane Assumpção, e pelo pró-reitor de Assuntos Estudantis e Políticas Afirmativas da Unifesp, Anderson Rosa.
A reitora destacou que a universidade tem como função trabalhar e construir as suas ações a partir do ponto de vista da inclusão, do acesso e da permanência, e que a Unifesp, como uma instituição de ensino que agrega as várias áreas do conhecimento, pode e deve realizar ações concretas no sentido da defesa, da promoção, do cuidado e da elaboração de conhecimento e também de procedimentos para a dignidade das pessoas LGBTQIA+.
“Esse fórum é fruto dessa construção e do desejo de uma mudança de concepção, de valores e de princípios, demonstrando como que isso se realiza a partir de procedimentos concretos, como é o caso das cotas aqui na nossa universidade”, ela relatou.
Para a coordenadora-adjunta do Núcleo TransUnifesp, é um momento histórico poder observar a aprovação das cotas. “Ver esse processo já aprovado em várias instâncias e quase efetivado na universidade, como um direito para a população trans, é histórico, é muito emocionante”, comemorou Renata Rangel Azevedo.
“Eu tenho certeza que daqui a 20 anos, quando estivermos comemorando os 50 anos da Unifesp, alguém vai fazer um livro contando a história desse fórum histórico, realizado no ano em que a gente aprovou as cotas trans na Unifesp. Eu espero que daqui a 20 anos a gente tenha uma universidade mais plural, mais diversa e ainda melhor”, almejou o pró-reitor Anderson Rosa.
Na sequência da abertura do fórum, Ellen de Lima Souza, pró-reitora adjunta de Assuntos Estudantis e Políticas Afirmativas, prestou uma homenagem ao ex-estudante da Unifesp Leonardo Rodrigues Nunes, vítima de um crime de homofobia em São Paulo.
Programação
A programação do fórum foi composta por diversas mesas, que abordaram a proposta de criação de cotas trans na Unifesp e bancas de avaliação de autodeclaração, as vivências de estudantes trans na universidade pública e uma conversa com pesquisadores(as) trans. Destaque para a mesa Ações afirmativas para pessoas trans, que teve a participação da deputada federal Erika Hilton e de Vidda Guzzo, representante da Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC).
A deputada expressou a alegria em fazer parte do encontro, que discutiu as ações afirmativas para a construção de uma universidade pertencente a todos os grupos sociais, raças e classes. “Isso tudo está atrelado à construção da dignidade, da cidadania, do acesso à educação de grupos que, por conta do preconceito, ódio, intolerância e da escassez de oportunidades, têm a sua chegada até esse espaço negada, violada, roubada, sequestrada e impedida”, disse Hilton, que manifestou ainda preocupação com a questão da permanência estudantil.
O fórum foi finalizado com as apresentações culturais de Isabell, cantora e estudante do Campus Baixada Santista, e do artista Ganjão. O evento contou também com sessão de autógrafos dos livros Direitos LGBTI+ no Brasil, do professor Renan Quinalha, Temas Contemporâneos de Diversidade e Meio Ambiente, do professor Dan Levy, e 150 Variações Intersexo, apresentado por Pam Herreira, coordenador da Associação Brasileira de Intersexos, além da mostra fotográfica Transmasculinidades em pauta, de Luiz Fernando Prado Uchoa, no hall de entrada do auditório.
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Fotos: Alex Reipert