Quinta, 03 Mai 2018 12:33

Nota sobre a tragédia no Edifício Wilson Paes de Almeida

A Reitoria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) esclarece que o Edifício Wilson Paes de Almeida, localizado no Largo do Paiçandu, que incendiou e colapsou no dia 1 de maio, foi oferecido à Unifesp pela Secretaria de Patrimônio da União, em agosto de 2012, para instalação do curso de Direito, e recusado após avaliação, em abril de 2013, conforme ofício. A avaliação, realizada pela Pró-Reitoria de Planejamento no início do primeiro mandato da reitora Soraya Smaili, demonstrou uma série de problemas no edifício que impediam o seu recebimento pela Unifesp, incluindo problemas estruturais e de proteção contra incêndio. Por se tratar de uma torre de escritórios, também era inadequado para a instalação de atividades de ensino. A União, proprietária do prédio, foi comunicada à época dos diversos problemas, que eram visíveis e notórios. A Unifesp não foi o único órgão público a recusar o imóvel; tanto as gestões Kassab quanto Haddad recusaram recebê-lo, dado seu estado de abandono, deterioração e riscos estruturais.

Manifestamos nossa solidariedade às vítimas que, para garantir o direito à moradia e função social da propriedade, acabam ocupando imóveis abandonados, como esse, em uma ação de desespero. Culpabilizá-los pelo ocorrido é uma nova violência, quando o Estado se omite em relação à preservação e uso de seu patrimônio, à segurança dos que ali estavam por falta de opção e seu atendimento habitacional correto e definitivo.

Lido 8793 vezes Última modificação em Segunda, 28 Mai 2018 10:44

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