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Projeto para tornar experiências acessíveis para surdos é criado em Diadema

O objetivo é que alunos tenham maior interação comunicativa em Libras na Unifesp
 
O projeto teve início no curso de Língua Brasileira de Sinais – Libras, da Unifesp, Campus Diadema. Foi uma sugestão do aluno Luiz Alberto de Souza, que propôs encontros com a comunidade surda, para que os alunos desse curso também tivessem maior interação comunicativa em Libras com os próprios surdos. O objetivo do projeto foi tornar as experiências práticas na área da ciência acessíveis nos laboratórios da universidade.
 
A partir desse projeto foi realizado o I Encontro dos Surdos com a Ciências (ESC), que ocorreu no final do ano passado no Campus Diadema e foi coordenado pela professora Silvana Zajac, do departamento de Ciências Exatas e da Terra, e reuniu a comunidade surda, educadores e estudantes. O projeto resultou na elaboração de um roteiro com as principais regras de segurança para acesso ao laboratório, lista de materiais e procedimentos. O trabalho de divulgação foi realizado em escolas, com apoio ao ensino das ciências. A primeira edição do encontro trouxe quatro oficinas, desenvolvidas a partir das ideias de alunos e professores da área de biologia, física, matemática e química. Os professores da Unifesp envolvidos nas oficinas foram: Ligia Ajaime Azzalis na oficina de biologia; Rui Vieira na de física; Renato Marconi e Tiago Castilho na de matemática; Ana Valéria Santos de Lourenço e Elisângela Vinhato na de química, e Lucineia Ferreira Ceridório e Cláudia Naomi Abe na de química de laboratório.
 
Durante a programação os alunos utilizaram os laboratórios para participar das oficinas. Na de matemática os participantes fizeram cálculos básicos em calculadora visual em cores, na de física bonecos equilibristas, um exercício fundamental para surdos. “O objetivo do encontro também era de iniciar a promoção de atividades que levem os surdos para dentro da universidade, a princípio, por meio dos projetos de extensão e futuramente para a graduação e pós-graduação”, afirma a professora Silvana Zajac, doutora em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem. Para Elisângela foi uma grande descoberta acompanhar os movimentos das mãos de quem está gesticulando e, simultaneamente, executar o experimento. “Acho que devemos repetir a experiência para melhorarmos nosso contato com a comunidade a cada dia”.
 
A Lei nº 10.436/02, regulamentada pelo decreto nº 5626/05, reconhece a Libras como meio de comunicação e expressão das comunidades surdas brasileiras. Fundamentada nesses dispositivos legais, o Campus Diadema se mantém empenhado em despertar o interesse dos surdos para o seu ingresso à universidade. “É um incentivo para os surdos que gostam de Ciências Exatas, como matemática ou química. Principalmente para aqueles que pensam não serem capazes ou acham difícil demais”, relata a biomédica surda, Cristiana Lourenço.
A comissão organizadora preocupou-se em organizar a dinâmica das oficinas priorizando a comunicação em Libras, com tradução para o português em todas as atividades da programação. A participação e o apoio dos intérpretes internos e externos foram fundamentais para a concretização do evento. 
 
O projeto terá sua segunda edição no final desse ano.
 
Assista o vídeo sobre o I Encontro dos Surdos com a Ciências (ESC):
 
 
 
 
Informações retiradas de publicação da Revista D+.