Terça, 13 Dezembro 2016 14:03

Design Educacional: profissão do futuro

Por Valquíria Carnaúba

O Designer Educacional é um profissional do futuro, defende Izabel Patrícia Meister, coordenadora do Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB/Unifesp). Sua convicção se deve às exigências colocadas ao especialista na área. “O designer educacional é aquele que pensa a educação do século XXI. Ele deve ter a capacidade de se adaptar a situações desconhecidas e processos educacionais futuros”, conta a professora.

Laboratório de informática
Laboratório de Informática. Crédito: Vitor Salgado/Aline Tosha

A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) encontra-se na vanguarda. A partir de 2017, a instituição ofertará a primeira graduação a distância em Tecnologia em Design Educacional, proposta pelo Núcleo da Universidade Aberta do Brasil (UAB) na Unifesp. O curso é inédito na modalidade no país, onde candidatos têm à disposição somente pós-graduação lato sensu ou extensão nessa área.

É importante frisar que, de acordo com a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), Design Educacional e Design Instrucional e são considerados termos sinônimos. A profissão foi oficialmente reconhecida em 2008, pela lista do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS). A novidade introduzida pela Unifesp cria a possibilidade de atuar no mercado a partir da graduação, desenhada especificamente para a formação desses profissionais.

Izabel explica que a formação proposta pela Unifesp para o designer educacional visa torná-lo apto para planejar, coordenar, implementar e avaliar projetos educacionais on-line, presenciais ou híbridos. “Esse profissional deve possuir um perfil multi e interdisciplinar, pois suas ações permeiam os campos da Educação, Tecnologia, Design, Comunicação e Gestão de Processos. Nas suas ações, deve buscar construir o diálogo com o aluno, mediado por tecnologias digitais e eletrônicas, em parceria com os professores, somando suas competências ao conhecimento dos docentes em relação aos conteúdos, metodologias e aos processos didáticos”, explica.

Paula Carolei, professora de tecnologia educacional da UAB/Unifesp e coordenadora do novo curso, afirma que a nova graduação possui um grande diferencial: a constante ação prática do aluno, promovida por um projeto integrador semestral, complementado por outras ações reflexivas. “Cada projeto envolverá dimensões sociais, culturais e as características dos atores envolvidos, o planejamento didático e os modelos de gestão, as tecnologias e linguagens e suas lógicas de autoria e colaboração, as teorias e abordagens educacionais subjacentes, os componentes avaliativos e os movimentos de pesquisa e inovação emergentes”, detalha.

Para a comunidade acadêmica, a escolha da graduação foi feita de forma rigorosa e atenta às necessidades da atualidade. “Os professores do Núcleo UAB/Unifesp buscaram construir um curso, em conjunto com a universidade, inserido no contexto contemporâneo, capaz de articular experiências locais e internacionais, contribuindo para que o nosso aluno seja um profissional crítico e reflexivo, socialmente justo e culturalmente diverso”, afirma Izabel.

Fruto de um trabalho intenso a graduação deve ser ofertada já no próximo ano, com a possibilidade de ingresso por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2016. “A Unifesp, ao propor este curso, traz visão de futuro e ousadia”, comemora a professora.

Mercado de trabalho em expansão

A consultora educacional da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp), Elizabete Briani Macedo, está na área de Design Educacional desde 2006 e afirma: as possibilidades e os caminhos para quem atua ou deseja atuar como designer educacional são imensas. “No ambiente acadêmico, por exemplo, é fundamental entender como o comportamento de consumo e navegação dos alunos gera demandas por atualizações e criação de materiais educacionais”, esclarece. 

Ela ressalta que, nos últimos anos, sua bagagem tem permitido se aproximar da área de negócios, atuando no desenvolvimento de produtos e serviços para educação. “Podemos pensar em diferentes questões, como a contribuição do componente educacional no ensino, formas de despertar o interesse do aluno, a aproximação da educação com a gameficação, e maneiras de criar situações para que os estudantes mantenham um estado de fluxo em determinada aula. O designer instrucional é a pessoa que zela pelos interesses do aluno, e essa preocupação deve ser real”.

 

Lido 54070 vezes Última modificação em Quarta, 15 Mai 2019 14:17

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